O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes permitiu à Camargo Corrêa obter um pagamento extra maior no contrato para a construção da eclusa da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, obra incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Após duas decisões do ministro, o limite do pagamento adicional passou de R$ 62 milhões para R$ 155 milhões.
A mudança ocorreu após o valor do contrato inicial da obra ter passado de R$ 248 milhões para R$ 620 milhões, por decisão do TCU. O limite máximo de 25% para acertos adicionais ao contrato é calculado sobre esse valor, percentual fixado pela Lei de Licitações.
Segundo a Folha, o contrato com a Camargo Corrêa foi assinado em 1981 no valor de Cr$ 9 bilhões e alterado em 1998. As dúvidas sobre as formas de reajuste foram decididas pelo TCU. Após dois recursos, um da empreiteira e outro do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, Nardes afirmou que o valor deveria ser calculado sobre R$ 620 milhões.
A Camargo Corrêa é investigada pela Polícia Federal (PF) por suspeita de remessa ilegal, superfaturamento de obras públicas e doação ilegal a partidos. As investigações culminaram na Operação Castelo de Areia, que prendeu dez pessoas, entre elas quatro diretores da construtora. A obra da eclusa será investigada, segundo a Procuradoria.
De acordo com o jornal, o chefe de gabinete de Nardes, Alden Mangueira de Oliveira, afirmou que o ministro tomou decisões técnicas e não tem ligação com a Camargo Corrêa nem com Costa.