O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou nesta quinta-feira, em discurso de encerramento da cúpula do G20, que o grupo espera injetar até US$ 5 trilhões na economia global até o final de 2010 para criar empregos e evitar uma nova crise financeira no futuro.
Após a reunião realizada em Londres, Brown leu o manifesto do G20, que inclui ações para reformar o sistema financeiro, limpar os ativos tóxicos de bancos, dar mais voz a países emergentes nas decisões globais e restabelecer o comércio internacional, assim como a oferta de crédito.
"Quando houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, a economia global levou 50 anos para se recuperar. Desta vez será diferente. Não vamos hesitar enquanto as pessoas estiverem perdendo seus empregos e suas casas. Este plano não vai resolver a crise imediatamente, mas vai iniciar o processo", afirmou o primeiro-ministro britânico.
Além disso, o G20 declarou que tem como objetivos incentivar a criação de empregos verdes e reduzir a pobreza no mundo, recomendando que o Fundo Monetário Internacional (FMI) venda parte do seu ouro para ajudar os mais atingidos pela crise.
Durante o discurso de encerramento, Brown confirmou que haverá medidas contra paraísos fiscais e previu sanções para os que não cumprirem as novas regras. Bônus para executivos de empresas e bancos também foram alvo de críticas no manifesto.
O grupo se comprometeu a realizar uma nova reunião no final deste ano para avaliar o desempenho do plano global de recuperação.
6 pontos
O primeiro-ministro britânico citou seis pontos principais em que o plano de estímulo deve se focar: reforma do sistema financeiro; limpeza dos bancos; restabelecimento do crescimento econômico; luta contra a pobreza; incentivos ao comércio internacional e, por fim, procurar um acordo sobre as mudanças climáticas.
"Não há soluções rápidas, mas com os seis compromissos que assumimos hoje, nós podemos reduzir a duração da recessão e salvar empregos", disse Brown.