Nos últimos cinco meses, o número de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça diminuiu 68% - de 12.076 para 3.814 -, segundo levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre novembro e março. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O CNJ afirmou que a queda foi causada por um maior comedimento das autoridades na utilização das escutas telefônicas. O ministro Gilson Dipp, corregedor do CNJ, disse que a diminuição pode ser resultado de um menor número de pedidos da polícia e do Ministério Público, além de os juízes estarem mais cautelosos na apreciação dos requerimentos de autorização das interceptações.
Segundo Dipp, a queda também foi influenciada pela resolução nº 59 do CNJ, de outubro, que orientou os juízes a estabelecer um maior controle em relação aos grampos legalizados.
A polêmica em torno do uso de escutas telefônicas surgiu no âmbito da Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Na época, a informação de que uma conversa telefônica entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) foi grampeada levou o presidente do STF a cobrar providências do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.