O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira mudanças no cálculo dos rendimentos da caderneta de poupança e disse que, diante do corte da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o governo precisa "proteger" os verdadeiros poupadores, e não transformar a poupança em "investimento".
"Na medida em que começa a cair a taxa de juros, precisa ter um equilíbrio, porque senão não é mais poupança. Passa a ser um investimento. Daqui a pouco as grandes multinacionais vão querer aplicar dinheiro na poupança. Então precisamos tomar cuidado para não quebrar um sistema que funciona adequadamente", declarou o presidente após participar de cerimônia de promoção de novos oficiais-generais.
Depois do último corte na taxa básica de juros, os rendimentos da caderneta passaram a ficar mais atrativos do que aqueles proporcionados pelos títulos públicos, o que pode acarretar na migração de investidores que hoje aplicam em fundos de investimento para a poupança.
"Primeiro, nós precisamos proteger os poupadores. Segundo, nós não podemos permitir que pessoas que têm muito dinheiro utilizem o dinheiro para aplicar na poupança. A poupança é para guardar os interesses da maioria da população, que tem pouco dinheiro, para que ela não tenha prejuízo", explicou Lula, anunciando que avaliará as eventuais mudanças de regras com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"Nós vamos fazer isso com muito cuidado, porque nós queremos preservar aquilo que nós temos de mais sagrado, que são os poupadores brasileiros. Vamos ainda discutir com muita cautela. Vocês sabem que nessas coisas de economia a gente não pode tomar medidas precipitadas", disse.
