Bebês fazem teste da orelhinha no Irmã Dulce em Praia Grande

 

Litoral - 28/04/2009 - 20:46:41

 

Bebês fazem teste da orelhinha no Irmã Dulce em Praia Grande

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Rápido, indolor e eficaz na detecção precoce de deficiência auditiva, o Teste da Orelhinha — que em Praia Grande beneficia todos os bebês nascidos no Hospital Municipal Irmã Dulce — é feito na Maternidade antes mesmo da mãe e bebê receberem alta hospitalar. O exame dura no máximo dez minutos.

As mães saem com retorno agendado quando não é possível fazê-lo neste período. Bebês, filhos de munícipes, que nasceram em outros hospitais da região também podem fazer o exame. Nos cinco anos em que é realizado na Cidade (desde abril de 2004), foram feitos mais de 10 mil atendimentos.

A fonoaudióloga Eliane Selma do Valle Blanco, que implantou a iniciativa e continua sendo responsável pelo setor, explica que, quando não diagnosticada logo, a deficiência auditiva pode comprometer a evolução da criança em vários aspectos, principalmente no desenvolvimento da linguagem.

Para os pais é muito difícil notar o problema nos primeiros meses de vida dos filhos, o que ocorre por meio do teste, cujo resultado não vale para a vida inteira, já que a audição pode variar no futuro, por conta de doenças e outros problemas. Eliane cita que até mesmo otite (inflamação do ouvido) de repetição pode comprometer o ouvir.

Segundo ela, o objetivo do exame é identificar a deficiência precocemente, tentando descobrir se existe algum grau de perda auditiva. “Quanto mais rápido o diagnóstico, melhor será o desenvolvimento global do bebê”, destaca.

Sem dor - Por ser confundido com o Teste do Pezinho (outro importante exame feito no bebê ao nascer, com a retirada de uma pequena amostra de sangue da sola do pé para detectar doenças congênitas), há mães que pedem ao acompanhante segurar o bebê para o teste, temendo vê-lo chorar. Mas Eliane esclarece que o procedimento é indolor.

Com a denominação técnica de Emissões Otoacústicas Transientes Evocadas, o teste é feito com o bebê dormindo, já que não pode haver movimentos bruscos nem ruído. “Trata-se da colocação de uma sonda que emite um som específico, dotada de um receptor que capta uma reação da cóclea (parte interna do ouvido). Um aparelho conectado a essa sonda registra a reação”, explica. “A sonda é revestida por uma capa de silicone, então não machuca. Parece um fone de ouvido.”

O resultado sai na hora. Quando positivo para falha na audição, a mãe é orientada a retornar com o filho após 15 dias. Se novamente acusar falha, o bebê é encaminhado ao Centro de Especialidades Médicas, Ambulatoriais e Sociais (Cemas) para ser examinado por um médico otorrinolaringologista e é encaminhado para avaliação audiológica completa. Confirmado o diagnóstico, a criança deverá receber atendimento específico em unidade de referência da região.

Eliane observa que no início da implantação do teste em hospitais, a triagem se restringia aos recém-nascidos com risco para a surdez, como os que possuem histórico familiar; que passaram por intervenções em UTI por longos períodos e casos de infecções congênitas, por exemplo.

“Mas se percebeu que várias perdas auditivas estavam presentes em bebês que não se enquadravam nesses fatores. Então se começou a realizar a triagem auditiva neonatal universal”, prossegue. Em Praia Grande, desde a implantação do serviço, todos os recém-nascidos fazem o teste e os que apresentam risco são acompanhados.

Diagnóstico — Depois que nasce, a criança evolui gradativamente a fala a partir do que ouve. A fonoaudióloga Eliane Blanco destaca que o Irmã Dulce segue orientações do Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal Universal (Gatanu). Em seu site (http://www.gatanu.org), a entidade alerta os pais para ficarem atentos à progressão auditiva e vocal dos filhos.

De zero a 3 meses, o bebê se assusta, chora ou acorda com sons fortes e repentinos. De 3 a 6 meses, ele olha ou mexe a cabeça à procura da origem do som, reconhece a voz materna e emite sons. Com 6 meses, a criança localiza prontamente sons de seu interesse.

Aos 9 meses brinca com a própria voz, repetindo suas emissões (como “dá, dá”). Eliane explica que nesta fase a criança tenta imitar o que os adultos dizem e começa a perceber as reações das pessoas. “Ela começa a repetir, primeiro sem significado, depois ligando as palavras ao que elas significam”, explica. Isso acontece por volta de 1 ano, etapa em que a criança aponta e reconhece o nome de objetos e pessoas familiares, atende a pedidos simples (como bater palmas) e fala as primeiras palavras. Com 2 anos produz sentenças simples e usa a linguagem para se comunicar.

Diante de qualquer comportamento incomum, como a criança que não atende quando é chamada para algo de seu interesse ou permanece em silêncio, os pais devem procurar ajuda especializada. Mesmo pequena, a perda auditiva pode alterar o desenvolvimento da fala. “Se a criança não se escuta, ela não vai falar”.

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