O provedor de internet sueco Tele2 anunciou que não irá manter os registros de navegação de seus clientes, opondo-se à lei aprovada recentemente na Suécia que força os provedores de acesso a entregar dados de usuários. A decisão de não seguir a nova lei, conhecida como IPRED, já havia sido declarada em meados de abril por outras duas companhias, a Bahnhof e a All Tele.
A lei antipirataria Intellectual Property Rights Enforcement Directive (IPRED) entrou em vigor na Suécia no dia 1º de abril de 2009 e favorece a perseguição de usuários suspeitos do compartilhamento ilegal de arquivos. A tentativa dos provedores, segundo o site Ars Technica, é garantir o anonimato de seus clientes, dificultando ou impossibilitando as investigações.
No dia em que a IPRED entrou em vigor, o tráfego de internet na Suécia caiu entre 30% e 50%, e ainda não se restabeleceu completamente, de acordo com o site CNet.
Outros grandes provedores do país declararam que não seguirão a mesma decisão tomada pela Tele2, Bahnhof e All Tele por precisarem dos dados por medidas de segurança, mas informaram que estes serão armazenados por poucas semanas.
A decisão, contudo, pode não ser aceita por muito tempo. Uma proposta da União Européia exige que dados sejam mantidos por períodos entre seis meses e dois anos. Por enquanto, apenas alguns países seguem a determinação, e a Suécia não é um deles.
Mesmo depois da IPRED, os provedores continuam enfrentando os órgãos que defendem os direitos autorais. Cinco distribuidoras de audiobooks queriam a identidade por trás de um número IP de um suposto pirata, mas o provedor Ephone se recusou a entregá-los declarando que as provas eram fracas.
Os responsáveis pelo site de compartilhamento The Pirate Bay também criaram um serviço de anonimato para usuários suecos, o IPREDator, que mascara o endereço IP de seus usuários através de criptografia.
