A Epson se esforça para reduzir esta má-impressão - e para vencer a indústria dos compatíveis, vitoriosa neste mercado - e até já abaixou o preço dos suprimentos para o modelo C42.
Desde fevereiro, o cartucho preto da C42 sai por cerca de 50 reais (custava 72 reais) e, o colorido, por aproximadamente 70 reais (antes, era 85 reais), uma redução de, respectivamente, 30% e 12%. A impressora em si pode ser encon-trada nas melhores lojas por aproximadamente 299 reais.
Gustavo Assunção, gerente comercial de suprimentos da Epson, explica que os cartuchos da marca custam caro porque são importados (a Epson tem hoje cinco fábricas de suprimento para abastecer o mercado mundial), com preço determinado em dólar.
Para baixar o valor dos cartuchos da C42 foi preciso um extenso trabalho para convencer os japoneses do grupo Seiko-Epson, que controla a empresa, de que o mercado brasileiro tinha uma realidade financeira totalmente diferente do americano ou mesmo do japonês. “Estávamos perdendo vendas porque, como pesa no bolso, o consumidor prefere preço a qualidade de impressão. Mesmo que isto diminua a vida útil da impressora, que é o que acaba acontecendo”, conta Assunção. “E, como o consumidor normalmente credita o mau-funcionamento ao equipamento e não ao cartucho, isto estava afetando negativamente nossa marca”
Em meados de 2002, a Epson decidiu estudar o mercado brasileiro a fundo para mudar a situação - e, claro, enviar os relatórios aos japoneses, para sensibilizá-los. O primeiro passo, iniciado em novembro do ano passado, foi criar uma campanha de educação para o consumidor - a revistinha Supriman, que pode ser lida também no site www.epson.com.br.
Em fevereiro, representantes da Seiko-Epson estiveram no Brasil e em outros países da América Latina para conferir pessoalmente que realidade nova era esta, a das pessoas com menor poder aquisitivo. Deu certo, e começou o teste da redução de preço com a queda nos suprimentos da C42.
Assunção conta que logo no primeiro mês de preços mais baixos a venda dos cartuchos da C42 já foi 100% maior. E que, de lá para cá, a Seiko-Epson está acompanhando “com lupa” o comportamento do mercado.
A idéia é reduzir os preços de outros cartuchos também, inclusive o de modelos mais velhos como da linha Stylus Color - a Epson estima que existam pelo menos 500 mil delas em operação ainda no país. Mas ainda há muito o que se decidir para esta estratégia, já que a Seiko teme que os preços muito baixos acabem gerando uma “reimportação” dos cartuchos, a um preço menor, para os Estados Unidos.
Uma das idéias é abaixar os preços de suprimentos que não sejam vendidos nos Estados Unidos. Enquanto isso, a venda dos cartuchos da C42 estão sendo monitoradas de perto, para evitar o problema.
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