Os governos modernos não existem para serem simpáticos, existem para serem eficientes. E ser eficiente, mais do que os indicadores econômicos, é melhorar a vida das pessoas |
Uma das expressões mais usadas pelos governos do PT, de uma maneira geral, é: “Precisamos ouvir a sociedade”. Essa é uma marca registrada do partido. Nascido nas lutas sindicais e com grande engajamento nos movimentos sociais, o Partido dos Trabalhadores reivindica às escâncaras quando é oposição e “fica rouco de tanto ouvir” quando está no Poder, inclusive fazendo do “orçamento participativo” seu carro-chefe político-administrativo.
Existem várias maneiras de se operacionalizar essa audição. O governo Lula criou, por exemplo, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, formado por nomes de grande relevância na sociedade brasileira, com seus equívocos habituais. Esse Conselho já fez algumas reuniões e sua função ao que parece é discutir problemas complexos (reforma tributária, por exemplo) para que se leve ao Congresso uma proposta com pontos mínimos de consenso, facilitando sua aprovação.
Outra maneira é articular-se com as assim chamadas entidades representativas da sociedade civil. Uma terceira alternativa é entrar em contato direto com o povo. Evidentemente, como é impossível falar com todos os brasileiros, o governo adota ações simbólicas com o uso, por exemplo, do rádio e da televisão. Uma outra providência é tentar desvendar os humores da opinião pública.
Aqui, o instrumento mais utilizado são as pesquisas de opinião, cujos resultados ganham grande destaque no noticiário. As pesquisas costumam servir de balizadoras da ação do governo e, até agora, Lula tem conseguido uma expressiva aprovação em seu mandato: deixando de lado as tecnilidades, mais de 70% dos brasileiros aprovam sua maneira de governar.
Lula e o PT passaram a vida dizendo que era necessário “mudar o modelo” (isso quando não usavam o termo “ruptura”...). Uma vez eleitos, adotaram uma política econômica conservadora que tem agradado - e muito - ao mercado: leia-se, o dólar e o risco Brasil vêm caindo; a bolsa vem subindo. Esses resultados são, sem dúvida, altamente alvissareiros. Mas, o que interessa para o chamado povão até agora não melhorou: emprego e renda caíram nestes três meses.
Governos modernos não existem para serem simpáticos, existem para serem eficientes. E ser eficiente no plano da administração pública, é melhorar a vida das pessoas. Um dia fatalmente este será o grande teste do governo.
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Os governos modernos não existem para serem simpáticos, existem para serem eficientes. E ser eficiente, mais do que os indicadores econômicos, é melhorar a vida das pessoas |
Os governos modernos não existem para serem simpáticos, existem para serem eficientes. E ser eficiente, mais do que os indicadores econômicos, é melhorar a vida das pessoas |