O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), avaliou como um processo "normal" a tática do PSDB de forçar a leitura do requerimento de criação da CPI da Petrobras na manhã desta sexta-feira e assegurou que o governo não tem qualquer receio das investigações na estatal. A CPI deverá apurar supostas irregularidades na Petrobras e na Agência Nacional do Petróleo (ANP).
"Não era necessário esse açodamento do PSDB, tinha o entendimento que isso seria feito de outra forma. Mas isso faz parte do processo democrático", disse. "Vamos conversar com os líderes para ver qual será a nossa posição, mas será com muita tranqüilidade. O governo não tem medo desta CPI."
Na visão de Jucá, o fato de as eleições de 2010 estarem se aproximando facilita ainda mais a compreensão da atitude do PSDB em insistir na CPI, mesmo quando a maioria dos partidos havia acordado em deixá-la para um segundo momento.
"É legítimo, o papel da oposição é esse mesmo: atacar o governo. Essa ação da oposição deve ser compreendida, ainda mais se aproximando um ano eleitoral", avaliou o líder.
Jucá, no entanto, ressaltou que, se a oposição for aproveitar a proximidade da eleição para usar a CPI como palanque político, a base irá reagir, até porque possui maioria na Casa.
"Na política, toda ação gera uma reação. O limite do ataque tem que ter o limite da responsabilidade porque é o povo brasileiro que está por trás da Petrobras, instrumento importante neste momento de crise", avisou. "Se a oposição vier politizando, querendo levar pro debate eleitoral, nós vamos reagir. Temos base para isso."
