Fontes do Palácio do Planalto informaram, na noite desta segunda-feira, que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi levada para o Hospital Sírio-Libanês por ter apresentado dores durante o dia nas pernas. A ministra vem se submetendo a sessões de quimioterapia para o tratamento de um linfoma na axila esquerda. Ela já foi medicada e, de acordo com pessoas que a acompanham, não sente mais incômodo nas pernas.
Dilma comunicou, no dia 25 de abril, ter se submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor linfático na região da axila. Na última sexta-feira, ela disse que se sentia bem após passar pela segunda sessão de quimioterapia e afirmou que não comunicaria quando seria submetida novamente ao tratamento.
Durante esta segunda-feira, a ministra chegou a interromper sua agenda de compromissos e deixou o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde tem trabalhado, às pressas em um carro não-oficial acompanhada de um assessor. O Hospital Sírio-Libanês fará exames complementares para decidir se é necessário um outro tipo de tratamento. As dores nas pernas seriam uma reação típica de tratamento de quimioterapia.
Em viagem à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado às 22h50 (horário de Brasília) sobre episódio, às vésperas de participar de uma solenidade. Ele tem sido frequentemente atualizado por assessores sobre a saúde da chefe da Casa Civil.
O que é linfoma
O linfoma é uma forma de câncer que tem origem nos gânglios linfáticos, que atuam no sistema imunológico do organismo combatendo infecções (vírus, fungos e bactérias) e o próprio câncer (células tumorais). Os linfomas geralmente atacam os tecidos de órgãos como estômago ou intestino, por exemplo, e também a medula óssea e o sangue.
Existem dois tipos de linfoma: o de Hodgkin e o não-Hodgkin. Para o linfoma de Hodgkin, o tratamento mais comum é a poliquimioterapia com ou sem radioterapia. Quando há o retorno da doença, são disponíveis alternativas, dependendo da forma do tratamento inicial empregado. As opções mais utilizadas são o emprego de poliquimioterapia e do transplante de medula.
Já nos casos não-Hodgkin, a maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, radioterapia ou ambos. A imunoterapia pode ser incorporada ao tratamento, incluindo anticorpos monoclonais e citoquinas, isoladamente ou associados à quimioterapia.
A quimioterapia consiste na combinação de duas ou mais drogas, de acordo com o tipo de linfoma não-Hodgkin. A radioterapia é usada, em geral, para reduzir a carga tumoral em locais específicos, aliviar sintomas ou também para consolidar o tratamento quimioterápico, diminuindo as chances de recaída.
Para linfomas com maior risco de invasão do sistema nervoso (cérebro e medula espinhal), faz-se terapia preventiva, consistindo de injeção de drogas quimioterápicas diretamente no líquido cérebro-espinhal, e/ou radioterapia que envolva cérebro e medula espinhal.