A investigação do acidente da Air France "está se aproximando do objetivo" de encontrar as causas da catástrofe, afirmou nesta quarta-feira o diretor do Escritório de Pesquisa e Análise Francês (BEA), Paul-Louis Arslanian.
"Não digo que será um trabalho fácil, mas afirmo que nos esforçamos ao máximo. Acredito que este trabalho realizado até agora nos aproximou de nosso objetivo", disse Arslanian.
O diretor do BEA assinalou que a investigação é conduzida levando em conta "todos os elementos recolhidos até agora", sejam dos restos do avião ou das mensagens de rádio enviadas no dia da catástrofe. O diretor disse, no entanto, que os investigadores franceses não têm novas pistas sobre as causas do acidente.
Arslanian pediu "muita paciência" enquanto a busca por corpos e destroços continua em alto-mar. Segundo ele, a remota área do Oceano Atlântico onde o Airbus A330 caiu apresenta "condições desfavoráveis" para os trabalhos de busca.
A agência de investigação disse até o momento que os dados transmitidos desde o avião antes da queda indicavam uma leitura pouco confiável da velocidade por parte dos sensores da aeronave, mas que ainda é muito cedo para dizer se isso contribuiu para o acidente.
O diretor do BEA informou também que a agência de investigações ainda não tem os resultados das autópsias realizadas no Brasil dos corpos recuperados no mar.
O acidente
O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).
De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.
Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.
A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).