A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público investigam se policiais executaram quatro pessoas de uma mesma família em um sítio de Porto Feliz, no interior de São Paulo, em 2003. Segundo reportagem do Fantástico, as investigações apontam que há fortes indícios de que agentes do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) mentiram ao dizer que as vítimas eram traficantes e teriam atirado nos policiais.
A versão do Denarc é de que os policiais chegaram ao sítio para cumprir um mandado de busca, foram recebidos a tiros e revidaram, matando quatro pessoas: dois homens e duas mulheres. Um dos agentes foi ferido nas costas.
Entretanto, testemunhas afirmam que os agentes chegaram ao local sem uniforme. O caseiro do sítio teria então atirado contra eles, pensando que se tratava de uma ação de bandidos, e fugiu.
De acordo com o MP, os policiais teriam começado a série de execuções por vingança, já que um dos agentes tinha sido atingido. A primeira vítima foi Luiz Carlos, 16 anos, que era funcionário do sítio e estaria desarmado. Depois, foi morta Ilza Araújo, que estaria dormindo quando os policiais invadiram a casa.
Também foi morto um casal na frente dos filhos. Segundo testemunhas, os policiais simularam o confronto dando tiros nas paredes e colocando uma arma na mão de uma das vítimas.
Entre os suspeitos dos crimes estão o agente José Virgílio Júnior e o delegado Sílvio Lemos. Virgílio Júnior chegou a ser preso em 2007. Após ser solto, ele tentou seqüestrar a menina que presenciou a morte dos pais, segundo a corregedoria. Ele foi expulso da Polícia Civil.
A investigação também descobriu que, das quatro pessoas suspeitas de participação no episódio, uma delas não é agente do Denarc, e sim informante da polícia. A corregedoria deve pedir a prisão dos três policiais e do informante nos próximos dias.
