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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu ontem 48 horas para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esclareça o que quis dizer sobre a “caixa-preta” do Judiciário em discurso no Espírito Santo, no último dia 22. A decisão de Mendes foi tomada no julgamento de uma ação proposta por um grupo de juízes e desembargadores do Paraná, que teria se ofendido com as palavras de Lula. O presidente disse que o crime organizado tem conexões no Judiciário.
“É preciso saber como funciona a caixa-preta desse poder que se considera intocável. Hoje, o crime organizado é uma indústria que tem seu braço na política, na polícia e no Poder Judiciário”, disse Lula, em discurso numa solenidade para oficializar a adesão do Espírito Santo ao Plano Nacional de Segurança Pública.
Na ação, os magistrados do Paraná dizem ter sido atingidos em sua honra com o teor do discurso. Com a decisão de Gilmar Mendes, o presidente Lula terá de explicar se quis, com a declaração, agredir juízes e desembargadores. Lula tem a possibilidade de não atender ao pedido de Gilmar. Apesar de os ministros do Supremo terem o poder de arquivar esse tipo de ação, o que Gilmar Mendes preferiu não fazer. É comum os ministros do STF apresentarem pedidos de informações a presidentes da República.
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