A oposição criticou nesta segunda-feira a sugestão feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se buscar na agenda da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira a prova sobre se houve ou não um encontro entre ela e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Como a ex-secretária afirma ter sido pressionada por Dilma a acelerar investigação nas empresas da família Sarney durante tal encontro, Lula sugeriu hoje que se busque na agenda dela tal compromisso para descobrir quem está falando a verdade.
O senador tucano Alvaro Dias (PR), no entanto, afirmou que tal procedimento seria ineficaz e não comprovaria absolutamente nada, já que, na visão dele, o setor público apresenta questões urgentes que muitas vezes são resolvidas em encontros informais que não entram na agenda convencional do agente público.
"Agenda é irrelevante, não se pode considerar isso como arma de defesa. No setor público, quando há assuntos urgentes, há encontros inesperados", disse. Dias criticou ainda ao fato de Lula afirmar que estão fazendo um "carnaval" em torno de um assunto que "não dá samba". "O carnaval que eu vejo tem um bloco da mentira. O governo instituiu a blindagem como arma para montar versões existentes", afirmou.
Lina Vieira afirma que no encontro Dilma Rousseff pediu que fossem agilizadas as investigações contra empresas da família do presidente José Sarney, controladas pelo filho do parlamentar, Fernando Sarney. De acordo com Lina, ela interpretou a ordem como um apelo para que fossem "encerradas" as apurações que o Fisco fazia nas empresas.
Desgastado por uma série de escândalos, José Sarney se mantém no comando do Senado com o apoio da Presidência da República. Dilma disse em diversas ocasiões que há uma tentativa de "demonizar" o peemedebista.
