O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota ontem, terça-feira, 6, afirmando que a derrubada de pés de laranja das terras usadas pela Sucocítrico Cutrale aconteceu para questionar a grilagem de terras públicas. Cerca de 250 famílias do MST estão acampadas desde a semana passada, na fazenda da empresa, que abrange os municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi, região central do Estado de São Paulo.
A área possui mais de 2,7 mil hectares e faz parte do chamado Núcleo Monções, um complexo de 30 mil hectares divididos em várias fazendas e, segundo o MST, de posse legal da União. O movimento alega que a ocupação tem como objetivo denunciar que a empresa está sediada em terras do governo federal, ou seja, seriam utilizadas de forma irregular pela produtora de sucos.
"Como forma de legitimar a grilagem, a Cutrale, maior produtora mundial de sucos de laranja, realizou irregularmente o plantio de laranja em terras da União. A produtividade da área não pode esconder que a Cutrale grilou terras públicas, que estão sendo utilizadas de forma ilegal, sendo que, neste caso, a laranja é o símbolo da irregularidade", diz a nota no MST.
A empresa já realizou um pedido de reintegração de posse, mas as famílias deverão permanecer na fazenda até que seja marcada uma reunião com o Incra.
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