Uma missão comercial russa está sendo organizada para visitar o Brasil ainda neste ano. De acordo com o vice-presidente da Confederação da Indústria e do Comércio da Rússia, George Petrov, os empresários pretendem ampliar as relações comerciais com o Brasil, mas desejam exportar mais para o país, uma vez que o déficit da Rússia na balança bilateral chega perto de US$ 1 bilhão. "O Brasil é o sócio líder da Rússia na América Latina. Mas quando falamos do dinamismo das relações bilateriais, existe um grande potencial ainda não explorado, especialmente quando falamos nas perspectivas de reduzir o nosso déficit", disse.
Petrov falou durante seminário que teve a participação de representantes de associações de classe do Brasil e da Rússia. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Luiz Fernando Furlan foi o conferencista do Seminário e avaliou como positiva a missão de três dias, realizada em Moscou. "A Rússia é parceiro prioritário do governo brasileiro. E pretendemos apertar o acelerador, a fim de triplicar a corrente comercial com a Rússia", disse Furlan, ao ressaltar que nos quatro primeiros meses do ano, o comércio entre os dois países já cresceu 40%. "Não precisamos nem trocar a marcha, basta apertar o acelerador para chegarmos aos 50% este ano e triplicarmos o comércio até 2005", enfatizou.
Ao se dirigir há pouco ao aeroporto de Moscou, de onde seguirá de volta para Brasília, o ministro do Desenvolvimento avaliou como positiva a missão à Rússia, que gerou muitas possibilidades de negócios, especialmente nas áreas de alimentos, fármacos, moda e software. O outro fruto da missão foi o agendamento da reunião da Comissão de Alto Nível Brasil/Rússia, marcada para setembro, com a participação do vice-presidente José Alencar e do primeiro-ministro russo Mikhail Kassianov.
O Brasil sai também com boas perspectivas para o desembargo da carne suína – imposto aos produtores de Santa Catarina – e com a promessa de revisão do sistema de cotas adotado na compra russa das carnes brasileiras. Este sistema vem prejudicando especialmente as exportações do frango, com perdas estimadas em US$ 100 milhões anualmente.
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