Oposição quer atrair governistas contrários ao MST para CPI

 

Politica - 28/10/2009 - 09:20:27

 

Oposição quer atrair governistas contrários ao MST para CPI

 

Da Redação com JB Online

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A oposição traça nos bastidores uma estratégia para tentar neutralizar a ampla maioria governista entre os integrantes da CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criada na semana passada. A ideia dos oposicionistas é polarizar os debates entre simpatizantes dos sem-terra e os defensores do agronegócio, deixando de lado o tradicional embate entre os partidos alinhados com o Palácio do Planalto e a oposição.

Líderes do DEM avaliam que desta forma têm mais chances de aprofundar a investigação contra o MST e conseguir avançar em questões delicadas. "O que nós observamos é essa tendência entre quem defende o MST e quem defende uma avaliação isenta", afirmou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Com a movimentação oposicionista, os líderes governistas começaram a ensaiar um acordo. PT e PMDB pretendem dividir o comando da CPI. A relatoria ficaria com os petistas, enquanto a presidência seria entregue ao PMDB.

"No que depender de mim, eles terão no máximo uma vice-presidência, mas isso ainda está sendo conversado", disse o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP).

Os governistas ainda estão divididos entre instalar logo a CPI para que ela termine antes do início da campanha ou postergar a escolha dos integrantes para que, em meio ao período eleitoral, a comissão fique esvaziada.

Os partidos da base aliada vão indicar 23 dos 36 integrantes da CPI. O regimento do Congresso prevê a divisão das cadeiras na comissão de acordo com os tamanhos das bancadas no Legislativo. Como a base aliada tem ampla maioria na Câmara e no Senado, os partidos governistas vão indicar 11 senadores e 12 deputados para a CPI.

A oposição, composta por DEM, PSDB e PPS, ficou com seis vagas de senadores e cinco de deputados, enquanto o Psol e o PSC também poderão indicar membros para a comissão, seguindo o rodízio estabelecido entre as menores bancadas.

O DEM é o único partido que escolheu alguns dos parlamentares que o representarão na comissão. Nesta terça-feira, o partido anunciou o nome de deputados ligados ao setor rural para integrar a CPI.

São eles Abelardo Lupion (DEM-PR) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), como titulares da CPI. No Senado, Gilberto Goellner (MT) e Kátia Abreu (TO), presidente da Confederação Nacional de Agricultura, foram os indicados.

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou clara a sua irritação com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que defendeu a suspensão de repasse de recursos para o MST.

"A proposta tem de passar por um crivo. Só aí é que a entidade sabe se vai ter direito ou não", comentou. Lula disse ainda que atos de vandalismo não precisam de recursos para serem praticados. "Um ato de barbárie não precisa de dinheiro. Precisa apenas de falta de bom senso."

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também saiu em defesa do MST e afirmou que estão "dentro da lei" os repasses de recursos que o governo faz para ONGs relacionadas a atividades agrícolas.

"Mas a lei que estabelece o repasse de recursos para ONGs é a lei que rege os convênios, e o governo segue criteriosamente a lei - e tem órgãos de fiscalização que controlam isso - e vai continuar seguindo os procedimentos", afirmou.

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