A estudante Geisy Arruda, 20 anos, disse em entrevista na manhã desta quarta-feira que não foi à aula na noite anterior na Uniban, em São Bernardo do Campo, no Grande ABC Paulista, porque foi convencida por seus advogados de que "não teria segurança". Segundo ela, a intenção é de voltar o mais rápido possível à universidade, desta vez vestindo trajes mais discretos.
As hostilidades que Geisy sofreu ocorreram no dia 22 de outubro e, segundo um comunicado oficial da Uniban, a jovem foi insultada por outros alunos. A Polícia Militar (PM) foi chamada para conter as agressões verbais e a possibilidade de um assédio físico. As imagens da confusão foram gravadas por universitários e postadas no site YouTube no mesmo dia. Na semana passada, um dos vídeos contabilizava mais de 19 mil acessos.
"Estou morrendo de vontade de voltar a estudar, sei que estou perdendo matéria e vai ser difícil passar de semestre assim, mas ainda não posso", disse Geisy por telefone. Ela diz que a equipe de seis advogados que cuidam de seu caso a aconselhou a evitar o campus enquanto não haja garantias de segurança. Questionada sobre como pretende se vestir ao voltar, a estudante garantiu que será mais discreta, usando "uma calça e uma blusa".
Sobre o protesto, protagonizado na noite de terça-feira por colegas inconformados pela repercussão do caso, Geisy se eximiu de culpa. "O ato de vandalismo foi deles, eu não tenho pena nenhuma", disse.
A Uniban lamentou na noite da terça-feira a ausência da estudante. Segundo o assessor jurídico da instituição, Décio Lencioni Machado, as faltas da estudante prejudicam o processo de sindicância que a universidade instaurou para apurar a hostilidade que ela sofreu. Geisy ainda não testemunhou na sindicância aberta para tratar do caso.
