O ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou nesta quinta-feira, durante seminário em Londres, que o real apresenta uma sobrevalorização de 50% ante o dólar. Mantega disse que se não fosse isso, a economia brasileira estaria mais forte que a da China.
"Calcula-se que o real está 50% supervalorizado em relação ao dólar. Ainda assim, a balança comercial é favorável", afirmou Mantega. "Se não tivéssemos 50% de sobrevalorização, a economia brasileira seria mais forte que a chinesa".
O ministro fez a observação ao dizer que o Brasil precisa tomar cuidado para não atrair capital que gere uma bolha financeira. Ao lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Mantega afirmou que o País vive a expectativa de grandes investimentos devido ao início da exploração da camada pré-sal e às obras para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Perspectivas
Segundo Dilma, o Brasil será a quinta maior economia do mundo nos próximos sete anos. A ministra falou aos estrangeiros sobre a estabilidade da economia nacional e sua capacidade de receber novos investimentos. Dilma salientou as oportunidades oferecidas pelas obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) de cooperação com iniciativa privada.
A ministra tentou atrair investidores dizendo que a economia brasileira está baseada em quatro fatores fundamentais: a política de expansão de mercado interno, a política monetária, o crescimento das reservas do País e os investimentos no setor produtivo e de infraestrutura catalisados pelo PAC.
A ministra cometeu um erro ao chamar o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Coutinho de ministro. Ela corrigiu imediatamente e ainda brincou: "quem sabe no futuro, não é Luciano?". Dilma foi apresentada pelo mestre de cerimônias como provável futura candidata à presidência.
O seminário será encerrado com um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A comitiva do governo está em Londres para promover investimentos estrangeiros no País. À tarde, Lula vai seguir para a sede da Chatham House, uma instituição independente que vai conceder um prêmio ao presidente pelo seu comprometimento ao combate à pobreza.