Rupert Murdoch, 78 anos, presidente da News Corporation (dona, entre outros, do Wall Street Jounal, do canal de TV Fox e da rede social MySpace) diz que vai remover histórias do índice de buscas do Google como forma de incentivar as pessoas a pagar por conteúdo online. As informações são do jornal britânico The Guardian.
Em uma entrevista à Sky News Australia, Murdoch afirmou que os jornais do seu império de mídia - que inclui ainda o Times - poderia considerar bloquear o Google totalmente, uma vez que tenha decretado planos de cobrar para que as pessoas leiam suas notícias na web.
Nos últimos meses, Murdoch e seus "tenentes" intensificaram a guerra de palavras com o Google, acusando-o de "cleptomania" e de agir como um "parasita" para a inclusão de conteúdos da News Corp em suas páginas do Google News. Mas, ao ser indagado sobre por que os executivos da News Corp não optaram por simplesmente remover seus sites inteiramente dos índices de busca do Google - uma simples operação técnica - Murdoch disse apenas que tal medida está sendo considerada.
"Acho que faremos isso, mass quando começarmos a cobrar", ele disse. "Já fazemos isso com o Wall Street Journal. Temos uma barreira, mas não é total. Você pode, eventualmente, conseguir ler o primeiro parágrafo de uma notícia, mas se não é um assinante registrado e pagante, lerá apenas o primeiro parágrafo e verá um formulário para fazer sua assinatura", afirmou Murdoch.
Mas a afirmativa do magnata da comunicação não é, segundo o Guardian, realmente correta. Os usuários que clicam no WSJ.com em artigos selecionados a partir de pesquisas do Google são normalmente levados ao texto integral, sem qualquer formulário de assinatura. Apenas os usuários que procuram chegar a um texto através do site do Wall Street Journal são comunicados de que precisam assinar o serviço antes de ler a notícia completa.
Murdoch acrescentou que não concorda com a idéia de que as ferramentas de busca estejam sob as regras do "fair use", argumento que muitos agregadores usam como justificativa legal para reproduzir trechos de notícias online, ou as notícias na íntegra. "Existe a doutrina do 'fair use', que acreditamos que será desafiada nos tribunais e vai barrar tudo, mas teremos que ir devagar".
A entrevista pode ser assistida no Youtube (em inglês) por meio do atalho http://tinyurl.com/yb9gmaf .