O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse nesta terça-feira que a maior exposição da ministra chefe da Casa Civil e pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, não está se revertendo em intenção de voto para a eleição presidencial de 2010. "O crescimento que ela vem tendo (no conhecimento da população) é mérito dela e talvez do presidente Lula, e não acompanha na mesma proporção o nível de intenção de votos dela", disse o governador a jornalistas antes de visita ao arquiteto Oscar Niemeyer, na zona sul do Rio de Janeiro.
Uma pesquisa CNT/Sensus divulgada na segunda-feira mostrou, no principal cenário, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com 31,8% de intenção de voto, seguido por Dilma, com 21,7%, pelo deputado Ciro Gomes (PSB-CE), com 17,5% e pela senadora Marina Silva (PV-AC), com 5,9%. Aécio, que disputa com Serra a chance de se candidatar à Presidência pelo PSDB, perde de Dilma em um cenário entre os dois e a senadora Marina. Dilma ficaria com 27,%, Aécio com 20,7% e Marina com 10%.
Em um cenário com Serra e Aécio na mesma chapa, a dupla estaria à frente de Dilma-Michel Temer (PMDB). Chega-se ao mesmo resultado se o parceiro de Aécio for o deputado Ciro Gomes. "Tenho uma amizade com Ciro que independe do humor de A, B ou C. Vejo nesta pesquisa uma sinalização que eu diria interessante", disse o governador de Minas Gerais. Aécio reiterou que aguarda uma definição do PSDB sobre a candidatura até dezembro, caso contrário se lançará ao Senado.
Serra contesta
Serra, em entrevista à rádio Jovem Pan de São Paulo nesta manhã, rebateu o resultado da pesquisa que indica uma queda em sua intenção de voto de quase 15¨% na comparação com dezembro do ano passado. "Eu não caí. Não é verdade. Se comparar com um ano atrás, tem que olhar pesquisas que são comparáveis. Se mudar os times, não dá para comparar um ano com outro", disse Serra.
No final de 2008, o tucano tinha 46,5% das intenções de voto, enquanto Dilma aparecia com 10,5%. No cenário, entretanto, aparecia também a ex-senadora Heloisa Helena (PSOL), que não deve se lançar à sucessão. Ciro e Marina apareciam nesse quadro de candidatos.
Serra defendeu a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na comparação entre o governo FHC e Lula, segundo a Sensus, 76% dos entrevistados dizem que o de Lula é melhor. "A questão do Fernando Henrique foi enfiada de contrabando na pesquisa, provavelmente para terem o que comentar. O presidente Fernando Henrique largou o mandato em 2002. Todos os problemas apontados na época já poderiam ter sido resolvidos", afirmou Serra, para quem foi nesta época que se conquistou a estabilidade da moeda e foi iniciado o Bolsa Família.
Serra, que manteve o suspense sobre sua candidatura, afirmou que o bom desempenho do cenário econômico não deve ser decisivo na eleição do ano que vem. "A percepção de que a economia vai bem é um dado da realidade. Eu não acredito que isso vá decidir ou deixar de decidir a eleição", disse.
