Uma espécie de panfleto recomendando aos eleitores que apoiem os parlamentares que "votam pela cultura" foi muito criticado ontem. Distribuído durante audiência pública com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, o material, atribuído à Frente Mista Parlamentar da Cultura e endossado pelo Ministério da Cultura (Minc), provocou críticas no Plenário e durante audiência conjunta de três comissões sobre o projeto que cria o vale-cultura.
Demostenes Torres (DEM-GO) encaminhou à Procuradoria-Geral da República representação contra o ministro por improbidade administrativa e propaganda eleitoral antecipada. Ele disse que Juca Ferreira mentiu ao afirmar, durante a audiência, que o ministério não custeara a produção do folheto e depois reconheceu, em contato com o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), a contribuição do Minc para a produção do panfleto.
Arthur Virgílio (PSDB-AM) apontou para a irregularidade do uso de dinheiro público e Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que o panfleto desqualifica o debate e a oposição.
Aloizio Mercadante (PT-SP) cobrou investigações sobre a origem do folheto, bem como a devolução dos recursos públicos usados em sua confecção. No entanto, ele defendeu Juca Ferreira, que teria sido sincero ao negar ter conhecimento da contribuição do MinC.
Na noite de ontem a Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura divulgou nota afirmando que o ministro Juca Ferreira teria sido induzido a erro por sua assessoria ao afirmar que o Minc não contribuíra para a confecção do panfleto. 91607
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