O congresso hondurenho decidiu, nessa quarta-feira, rejeitar a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao poder nos dois últimos meses de seu mandato. Dos 124 parlamentares, 64 votam contra a volta de Zelaya.
Com a decisão, Micheletti retorna ao governo e ficará até janeiro quando vai transmitir o cargo ao presidente eleito, no pleito realizado no último domingo, Porfirio "Pepe" Lobo.
A sessão do Congresso começou com duas horas e meia de atraso. Deputados ligados a Zelaya e os correligionários de Micheletti já davam como certo o afastamento definitivo do presidente deposto.
O presidente de Honduras foi deposto em 28 de junho por meio de uma manobra política articulada por setores do Congresso Nacional, da Suprema Corte e das Forças Armadas o tiraram do governo. Ele foi levado para El Salvador. No dia 21 de setembro voltou país e, desde então, está vivendo na embaixada brasileira de onde negocia com o governo de facto comandado, por Roberto Micheletti, sua possível volta ao poder. Desde então, Micheletti está na Presidência do país e o governo brasileiro não reconhece esta gestão por considerá-la golpista.
Para o deputado Raul Jungmann, único obervador brasileiro em Honduras durante a votação, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os demais integrantes da comunidade internacional que rejeitam a legitimidade das eleições hondurenhas deverão mudar de opinião.
"É inquestionável: há uma nova realidade política em Honduras que foi consolidada por uma eleição democrática. Temos de respeitar as instituições e virar a página", disse Jungmann. Ontem, Lula reiterou que o Brasil rejeita os resultados das eleições hondurenhas. Paralelamente, Zelaya continua abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa há dois meses e meio.
