O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende oferecer um jantar no Palácio da Alvorada para articular apoio de governadores do Norte e do Nordeste à candidatura da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, à Presidência da República. Nesta segunda-feira, cinco governadores da região se reuniram com o presidente no Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória do governo, pedindo apoio para suas candidaturas ao Senado.
Estiveram presentes os governadores do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), do Rio Grande do Norte, Vilma de Faria (PSB), do Amapá, Waldez Góes (PDT), de Rondônia, Ivo Cassol (PPS), e do Piauí, Wellington Dias (PT). Com exceção de Wellington Dias, todos os disseram que pretendem deixar o governo e concorrer a vagas no Senado.
"O presidente os recebeu, mas marcou uma próxima conversa após a saída deles do governo", informou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. "A próxima conversa servirá tanto para definir apoio às candidaturas nos estados, quanto para integrá-los à campanha da ministra Dilma. O jantar será uma oportunidade de envolvê-los no plano nacional", disse Padilha.
O presidente Lula espera que o governador do Piauí, Wellington Dias defina até quarta-feira se concorre a um mandato de senador. De acordo com Padilha, o presidente disse a Wellington que é importante eleger no Piauí dois senadores da base aliada, e um deles seria o próprio governador.
No dia 3 de abril termina o prazo de desincompatibilização para os ocupantes de cargos do Executivo que pretendem disputar eleições neste ano. Lula ainda espera até quarta-feira a definição dos ministros que sairão para disputar eleição. Nesta semana Lula espera conversar com os ministros Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos, Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Hélio Costa, das Comunicações, e Reinhold Stephanes, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Na próxima terça, Lula também conversará com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que cogita deixar o governo para se candidatar a um cargo em Goiás. "Não tem nada definido, mas quem chega aqui indefinido o presidente convence a ficar", informou Padilha sobre o tom que deverá ser adotado por Lula na conversa.
O governo ainda não indicou os substitutos para quem disputará a eleição. No entanto, de acordo com Padilha, a orientação do presidente Lula é escolher os substitutos "entre as pessoas que já estão na máquina". "Lula ouvirá os ministros nesse sentido", disse Padilha.
Na próxima segunda-feira, o presidente Lula pretende realizar a primeira reunião ministerial com a presença de todos os que permanecerem nos cargos e dos novos ministros.
"A preocupação é continuar tocando o governo, e o presidente Lula vai querer dedicação exclusiva dos ministros para isso. O ministro que fica não fica a serviço do que saiu, e sim a serviço do governo", disse Padilha.