O expressivo lucro alcançado por Fúria de Titãs - cerca de R$ 850 milhões - não parece ter convencido os executivos e críticos de cinema de que a conversão ao formato 3D - a partir de um filme rodado em 2D - é uma medida satisfatória e qualitativa aos espectadores.
Jeffrey Katzenberg, presidente da DreamWorks Animation, afirma que a Warner Bros. fez uma troca suja e mal feita ao converter o épico de Louis Leterrier ao formato poucos meses antes da estreia, numa medida desesperada para atrair os fãs de Avatar, de James Cameron. "Pudemos conferir o futuro do 3D com Avatar e o pior que ele pode oferecer com Fúria de Titãs", aponta.
A decisão de transformar Fúria de Titãs em um longa 3D veio no começo do ano, quando Avatar alcançou invejáveis US$ 1 bilhão em bilheterias. A Warner também optou em converter os dois últimos filmes da série Harry Potter, rodados nas tradicionais duas dimensões.
Embora o 3D seja apontado como o formato cinematográfico do futuro, grande parte dos realizadores defendem que ele deve ser feito desde o início de sua produção, evitando cortes desnecessários e cenas distorcidas - a tecnologia de conversão ainda parece precária e cara para os estúdios.
Produzir somente em 3D, no entanto, chega a dobrar os custos de produção de um filme regular, caso de Shrek Para Sempre, Toy Story 3 (ambos com estreias previstas para este ano) e Alice no País das Maravilhas.
Jon Favreau, diretor de Homem de Ferro 2, cogita produzir o terceiro filme do herói em 3D, ainda que afirme que o formato não é prioritário na hora de atrair as audiências.
Hollywood prepara, para os próximos três anos, mais de 25 superproduções feitas diretamente em três dimensões, entre elas Homem-Aranha 4, uma das maiores apostas de 2012.
