|
A taxa média de juros cobrada no cheque especial no mês passado foi a maior desde abril de 1999. De acordo com relatório do Banco Central, divulgado hoje, os juros atingiram 178,5%, ao ano, com elevação de 0,6 ponto percentual, no mês, de sete pontos percentuais, no trimestre, 14,6 pontos percentuais, no ano e 18,8%, em doze meses.
Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o crescimento da taxa média de juros do cheque especial reflete a demanda, já que, segundo ele, as famílias estão usando essa modalidade de crédito como alternativa de complementação de renda.
De acordo com o relatório do Banco Central, a taxa média de spread (custo entre a captação e o repasse dos recursos) cobrada pelas instituições financeiras nas operações de crédito alcançou 34,1%, ao ano, em abril, a maior desde o ano 2000, quando foi iniciada a série histórica. De acordo com Lopes, um estudo feito pelo Banco Central no ano passado revelou que o maior peso no spread é o lucro das instituições financeiras, junto com o pagamento de impostos e a inadimplência.
Os juros cobrados nas operações de crédito pessoal atingiram 102%, ao ano, em abril, a maior desde junho de 1999. O documento do Banco Central mostra que houve elevação de 1,4 ponto percentual, no mês; 6,7 pontos percentuais, no trimestre; 10,2 pontos percentuais, no ano; e 18,9 pontos percentuais no acumulado em doze meses.
A taxa média de juros cobradas no financiamento de veículos foi uma das poucas que caíram em abril, ficando em 50,3%, ao ano. Para o representante do Banco Central, a queda ocorreu em função das promoções das montadoras e por ser um financiamento de longo prazo, onde já está ocorrendo redução nas taxas de juros.
No mês de abril, a taxa de juros na aquisição de veículos baixou 3,2 pontos percentuais. A redução no trimestre foi de 3,5 pontos percentuais; e no ano de 5,2 pontos percentuais. No acumulado em doze meses foi registrada alta de 13,2 pontos percentuais.
A taxa média de juros cobrada nas operações de crédito, em geral, ficou em 58,4%, ao ano, com incremento de 0,4 ponto percentual, no mês; 4,2 pontos percentuais, no trimestre; 7,4 pontos percentuais, no ano; e 10,2 pontos percentuais, em doze meses.
O documento do Banco Central informa também que o volume de crédito concedido em abril foi de R$ 376,5 bilhões, com queda de 1%, no período. O sistema financeiro privado participou com R$ 228,3 bilhões (menos 1,4% no mês) e o público, com R$ 148,2 bilhões (redução de 0,5% no mês). A relação com o Produto Interno Bruto (PIB) recuou, no mês, de 23,7% para 23,3%.
|
