A política social de governo mais efetiva é aquela cimentada no aumento da oferta de empregos para a população economicamente ativa. Ao criar as condições para a viabilidade e a independência financeira dos cidadãos, o país assegura desenvolvimento para sua sociedade. Nos últimos anos, milhões de brasileiros tiveram elevação no padrão de vida, com o destaque para a queda da diferença entre ricos e pobres. É significativo o crescimento da renda familiar per capita entre 2003 e 2009, da ordem de 21,5%.
Oito anos atrás, o salário não chegava ao fim do mês para 85% dos brasileiros. Hoje, esse percentual caiu para 75%. A evolução continua e vai tornar essa realidade ainda melhor. Hoje se gasta percentualmente mais com o carro próprio, com computadores, televisores, eletrodomésticos. E menos com comida, por exemplo, porque encher a mesa está mais barato e fácil. A renda familiar média cresceu impulsionando os gastos com aquisição de novos bens duráveis para os lares das famílias brasileiras.
O crescimento econômico abriu novas fronteiras para o consumo, para indústria e para fornecedores de serviços nacionais, permitindo o crescimento expressivo de 9% do PIB no primeiro trimestre deste ano. Escolhemos uma via que não deve ter retorno, é preciso ir em frente neste caminho. Ao se incluir mais brasileiros no banquete do enriquecimento, reduzimos o número de pobres em mais de 20 milhões. Hoje temos mais gente comprando sua casa própria. Há mais gente com esperança no futuro.
Além de distribuir benefícios sociais para minimizar a pobreza, devemos continuar a distribuir riqueza para tornar mais justa a sociedade brasileira. O fomento da classe média é fundamental para se chegar ao equilíbrio da pirâmide social. A geração de emprego é grande arma para combater a desigualdade. Claro, essas políticas devem estar atreladas aos pilares fundamentais da economia: controle da inflação e manutenção do superávit primário nas contas públicas.
Nas regiões onde temos forte presença formal da economia, com indústria potente, comércio dinâmico e diversidade de serviços, alcançamos resultados extraordinários na construção dessa sociedade mais equânime. Foram os estados onde a infra-estrutura está mais consolidada e economia é mais avançada que mais benefícios obtiveram pela política do governo federal nos últimos anos. O emprego promoveu o aumento da riqueza mais acentuadamente em estados como São Paulo, do que em outras regiões do país. Houve, sem dúvida, notável desconcentração da renda, ainda que persista muito desequilíbrio neste campo.
Quando o governo do presidente Lula completar oito anos em dezembro próximo, a soma de empregos gerados para o mercado formal de trabalho deve ultrapassar 14 milhões de novos postos. O número é histórico. É grande vitória que devemos comemorar. Mas, além da realidade alcançada, a obrigação que se interpõe para os dias vindouros é aumentar esse número e gerar ainda mais empregos. E postos de trabalho com melhor qualificação, com valor agregado ainda maior, possibilitanto elevar salários e, consequentemente, a renda familiar. Esse é o caminho direto, sem desvios, para equilibrar ainda mais a sociedade brasileira. País forte se faz com povo sadio, empregado, seguro, com oportunidades iguais porque as políticas públicas criam as possibilidades para todos estabelecerem um futuro melhor.
(*) Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados