Especial Copa 2014
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje à África do Sul e discursou, em Johanesburgo, no evento de apresentação da Copa de 2014, que segundo ele será histórica.
Ao subir ao palco após rápidas apresentações de grupos de artistas, Lula dedicou a primeira parte de seu discurso de improviso (aí meu deus, mais um daqueles) a agradecer a presença de algumas celebridades do esporte.
O discurso deveria ser destinado a lançar uma campanha de promoção internacional do turismo no Brasil com vistas à Copa de 2014, entretanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou uma imagem do país que o Ministério do Turismo não gostaria de ver enaltecida.
A cerimônia com a presença do presidente ocorreu num espaço montado pelo governo, em um centro de convenções, no coração de Johanesburgo.
Lula passou um tempo folheando o discurso preparado para o evento. Mas deixou-o de lado e arrancou gargalhadas já ao mencionar as autoridades presentes. Chamou o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, de governador, corrigiu-se, mas acrescentou, rindo: “Mas um dia vai ser. Um dia vai ser”.
Lula elogiou a diversidade racial brasileira fazendo um contraponto com outros povos. “Quando você vê a Alemanha em campo, com exceção do brasileiro Cacau, você só vê alemão. Quando você vê o Japão, você só vê japonês. Quando você vê a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, você só vê coreanos, com a diferença que uns riem mais que os outros. No jogo Itália e Servia, não tinha um único negro nem no banco de reservas”.
Curiosamente, o filme exibido pelo Ministério do Turismo, para ser lançado assim que acabar a final da Copa de 2010, mostra um Brasil quase inteiramente branco. Até ao mostrar o público na arquibancada do Maracanã, a publicidade dirigida por Fernando Meirelles exibe em primeiro plano uma mulher loira.
Ao falar das belezas naturais do país, Lula mencionou especialmente o Amazonas, o Pantanal e a Chapada Diamantina.
“A floresta mais incrível do mundo, rios maravilhosos, mas tem que ser de maneira ordeira. Se sair da linha, uma sucuri destreinada vai pegar vocês”.
Lula alertva assim os estrangeiros sobre o risco de ser mordido por “uma sucuri destreinada”.
O presidente também divertiu o público ao falar que o turista que for para o Nordeste vai encontrar um povo muito acolhedor, mas que não sabe falar inglês.
“Mas tem a grande capacidade de fazer mímica. É a capacidade de mimicar do povo brasileiro”.
Dirigindo-se a Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais, Lula perguntou:
“Esse verbo existe?” E ouviu um sonoro não do assessor que deveria retornar aos bancos escolares, mas o verbo existe segundo o dicionário Aurélio e o Houaiss.
Lula elogiou a beleza do brasileiro. E observou, com aquele seu estilo filosófico próprio:
“Quando eu falo em beleza, vocês têm que compreender que para cada sapo tem uma sapa. Ninguém fica sem seu par”.
Mas uma das maiores "pisadas de bola", utilizando o tipo de jargão preferido do presidente que adora comparar tudo com futebol foi quando disse lamentar sobre os motivos que impedem o brasileiro de ir ao cinema. Queria fazer um paralelo com a dificuldade de levar turistas estrangeiros ao Brasil. E disse: “O cidadão vai ao cinema e depois quando vai buscar o carro, roubaram”.
Lula finalmente encerrou o improviso lendo a última frase do discurso preparado para ser lido. “Eu ia ler meu discurso, mas não li. Então vou ler só a última frase. O Brasil está te chamando. Celebre a vida aqui”, disse, fazendo graça.
Com informações do Blog Besta Fubana - http://www.luizberto.com