Especial Eleições 2010
O candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, acusou a oposição petista de fazer espionagem ao se referir à quebra de sigilo na Receita Federal do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. "Foi usado o aparato governamental, a máquina governamental para espionar a gente. E não é a primeira vez".
Durante discurso em evento promovido pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) nesta quarta-feira (14), Serra lembrou de outros casos, como a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, a crise do mensalão e o suposto dossiê elaborado pela Casa Civil contra Ruth Cardoso (ex-primeira dama, falecida em 2008). "Isso está acontecendo agora com o Eduardo Jorge na Receita Federal. Ou seja, o partido pega informações que são sigilosas e usa na política, desrespeitando os direitos dos cidadãos que têm direito ao sigilo", afirmou Serra.
O candidato tucano afirmou que é imprescindível que o caso do dossiê seja esclarecido. "Foi usado o aparato governamental para ferir adversários. Isso não é novidade e é muito importante para nossa democracia que essa questão seja esclarecida a fundo. Isso caracteriza uma atitude de respeito para com os brasileiros".
Perguntada sobre o fato da possibilidade do sigilo fiscal de seu vice, o empresário Guilherme Leal, também ter sido quebrado, a candidata Marina Silva disse não ter conhecimento sobre o fato. Mas ressaltou que, no caso de Eduardo Jorge, é preciso ter respeito à privacidade.
"Espero que o Ministério Público e as autoridades públicas tomem as devidas providências. É por isso que devemos sinalizar, com uma atitude prática, o respeito pelas instituições e pela privacidade que é protegida por lei para cada e qualquer cidadão", afirmou.
O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou na manhã de quarta-feira (14), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que vários auditores da Receita acessaram dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas, no período de 2005 a 2009.
Segundo Cartaxo, essa pessoas já foram identificadas e estão sob investigação da Corregedoria-Geral do órgão, que apura se houve quebra de sigilo no acessos. “Eu sei e as máquinas que acessaram as informações que estão sendo protegidas por sigilo”, afirmou.
Por causa disso, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) solicitou que a audiência pública passasse a ser fechada para que Cartaxo pudesse revelar o nome dessas pessoas. O secretario usou o preceito do sigilo para manter em segredo o nome do funcionários, uma vez que os acessos foram feitos por várias pessoas.
