“Patologia Comparada de Pinguins de Magalhães no Litoral do Brasil” é o tema da tese de dois grupos de doutorado da Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo (USP). Para elaborar o trabalho, eles contam com uma ajuda fundamental: a do Grupamento Náutico da Guarda Ambiental de Praia Grande.
De acordo com o veterinário doutorando, Ralph Vanstreels, que estuda a malária nessa espécie, desde o ano passado o grupo pesquisa o assunto. “Trabalhamos com vários centros de resgate de animais marinhos no litoral do Brasil, estudamos os animais vivos e mortos. Fazemos vários exames de patologia para tentar identificar as doenças que eles têm, estado de saúde, possíveis causas de aparecimento e morte. São somente pinguins em todo o litoral, levamos para o laboratório, fazemos o exame de necropsia e diagnóstico para tentar descobrir as causas da morte, se é ação humana, falta de alimento, mudança climática, contaminação da água. Percebemos que a maioria são filhotes, vivem na Argentina e, todo inverno, eles migram para o Brasil em busca de comida, e depois, ao voltar para casa, acabam se perdendo”.
A veterinária Claudia Niemeyer, também defende a tese, mas estuda as doenças virais, bacterianas e parasitárias. Ela elogia o trabalho do Grupamento Náutico. “Temos trabalhado com Praia Grande através do Cetas/Unimonte que faz a ligação com o pessoal da guarda. Sempre que chegam pinguins eles nos avisam. Já estivemos aqui para coletar os animais. Vamos abri-los para estudar todas as alterações, inclusive se eles têm alguma doença viral, como alguns vírus que são transmissíveis para o ser humano. Esse trabalho do Grupamento Náutico é essencial para o nosso trabalho, porque não temos como monitorar, de São Paulo, as praias ao longo do litoral.”
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