Trinta e seis navios estão esperando numa fila para embarcar açúcar no Porto de Santos. Nos últimos dias, a espera tem batido recorde. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) explica que o mau tempo prejudica o embarque da commodity, mas esse não é o único motivo.
Estamos no auge da exportação do produto. Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) diz que, como o Brasil é o único país que tem açúcar para entregar no momento, está havendo grande procura. O que gera uma espécie de engarramento, porque há concentração de navios querendo embarcar açúcar ao mesmo tempo.
Contrariando muitos analistas, ele acha que o problema não está relacionado à falta de investimentos em infraestrutura e logística, velhas carências do país. Dos 63 berços do porto, oito são preparados para operar navios de açúcar, segundo a Codesp.
- O Brasil, hoje, é o único país que tem estoque para entregar ao comprador. E todos estão vindo retirar o produto ao mesmo tempo, por isso as filas. Estamos em plena safra. O problema não é nosso. Há falta de açúcar no mercado e todo mundo correu para o Brasil - diz ele, explicando que será assim até agosto, já que a safra nos outros países começa só em setembro.
