O sonho de qualquer usuário é ter elementos como qualidade, maturidade, segurança e liberdade reunidos em um único sistema operacional. Em um mercado em que lançamentos aparecem a todo instante, o Debian desponta como um dos mais antigos sistemas operacionais existentes e quer marcar seu espaço afirmando que a qualidade, na era cibernética, é mais importante que a velocidade.
Diferente de outros sistemas, não é uma entidade ou uma empresa. Ele é uma espécie de associação mundial sem local fixo. São empresas e voluntários que acreditam no projeto. Existe um líder mundial, eleito anualmente pelos membros associados. Uma vez por ano, também, acontece a reunião do projeto. Em 2010, ela será realizada em Nova York, com cerca de 500 inscritos, para discutir políticas digitais e sociais, além da realização de laboratórios e workshops.
De acordo com um de seus representantes no Brasil, Felipe Augusto Van de Wiel, de Curitiba, no Paraná, a filosofia do sistema garante seu sucesso em escala planetária. "Não há hierarquia de comando. Existem grupos especializados em finanças, em programação e em distribuição, por exemplo. No Debian, quem faz decide", afirmou.
Para ele, o diferencial do sistema é representado por uma frase famosa entre seus membros: "só lança quando estiver pronto". Além disso, o Debian possui um dos maiores depositórios de softwares livre no mundo. "São mais de 25 mil "pedaços" de programas livres a distância de um clique de qualquer usuário", afirmou.
Qualquer usuário pode acessar o site pelo endereço Debian.org, juntar-se à equipe, utilizar seus códigos livres, modificá-los e distribui-los. Existe um controle rígido para assegurar que absolutamente todos os softwares empacotados pelo sistema sejam de fato desprotegidos de direitos autorais. Como afirma Van de Wiel, "só vale a pena para resultar em uma real revolução no mundo digital se for livre de verdade".