O Ministério da Saúde criticou nesta terça-feira a metodologia do Índice de Valores Humanos (IVH) para o Brasil divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A pesquisa apontou um desempenho mais baixo do País em termos de saúde do que em trabalho e educação, os três setores avaliados.
Em nota enviada à imprensa, a pasta afirma que os questionamentos feitos na área da saúde (tempo de espera para ser atendido, avaliação da linguagem dos profissionais e interesse da equipe médica para com os indivíduos) estão direcionados a avaliar os serviços, ao contrário das perguntas nas outras duas áreas, apontadas pelo ministério como "subjetivas, relacionadas a sentimentos".
"Portanto, as dimensões dos indicadores não são comparáveis. Ou seja, não é possível comparar o IVH da saúde com os outros e concluir, por exemplo, que os valores no trabalho são melhores que na saúde", diz o comunicado. "Além disso, a avaliação do Ministério da Saúde é de que as perguntas escolhidas para o IVH Saúde são reducionistas, dada a complexidade do setor. As questões focam apenas em uma parte da atenção à saúde e não permitem um conhecimento sobre outros aspectos", afirma.
Conforme a pasta, pesquisas "mais amplas" e voltadas para avaliação de satisfação de usuários mostram índices "muito diferentes". O ministério cita o suplemento de saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008, que concluiu que 86,4% dos entrevistados que haviam utilizado o serviço de saúde nas duas semanas anteriores ao levantamento consideraram o atendimento bom ou muito bom. Além disso, 95% das pessoas foram atendidas na primeira tentativa.