A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, rechaçou nesta segunda-feira uma vez mais que, caso eleita, vá fazer um ajuste fiscal que implicaria, no seu ponto de vista, em um corte linear de gastos, incluindo investimentos.
"Eu não vou fazer ajuste fiscal em hipótese alguma por um motivo: o Brasil não precisa mais de ajuste fiscal", disse Dilma a jornalistas, retornando a um dos temas que têm dominado suas declarações públicas nos últimos dias.
Ela ressaltou, no entanto, que terá pulso firme com relação aos gastos. "Controle de gastos públicos temos por obrigação."
"O pessoal tem mania de usar o ajuste fiscal só pelo lado da despesa, esquecem o lado da receita", acrescentou a candidata, mostrando otimismo com a economia brasileira e seu impacto nas contas públicas.
"Vai aumentar a arrecadação, o país vai continuar a crescer e, um país crescendo a 7 por cento, você pode reduzir imposto e aumentar a arrecadação", argumentou.
"A gente comemorava crescimento de 2 por cento, agora é outro momento, uma nova era", disse, referindo-se à inflação sob controle, ao grande volume de reservas internacionais e à queda da dívida pública líquida em relação ao Produto Interno Bruto.
Em julho, último dado disponível, o setor público consolidado brasileiro registrou o pior resultado fiscal para o mês de toda a série histórica, com superávit primário de 2,454 bilhões de reais. O déficit nominal, que leva em conta as despesas com juros, alcançou 14,310 bilhões de reais.
Um dos fatores que levaram à piora das contas públicas foi a adoção, pelo governo, de medidas de estímulo para enfrentar a crise financeira global.
