Especial Eleições 2010
Novas denúncias publicadas pela revista Veja desta semana apontam o pagamento de propina dentro da Casa Civil. A revista ouviu um amigo do advogado Vinicius de Oliveira Castro, ex-assessor da Casa Civil, que se afastou essa semana para responder as acusações contra ele, e o tio de Vinicius, Marco Antonio Oliveira, então diretor de Operações dos Correios.
Segundo a revista, Vinicius - que é sócio do filho da ex-ministra Erenice Guerra, Israel Guerra - contou ao tio que foi surpreendido ao encontrar R$ 200 mil reais na gaveta de sua mesa de trabalho e ser informado que aquilo era a sua parte na "propina do Tamiflu", remédio utilizado para tratamento de gripe H1N1, adquirido pelo governo para combater a recente epidemia da doença. O Ministério da Saúde nega a influência da Casa Civil na aquisição de Tamiflu, que gerou R$ 400 milhões de gastos aos cofres públicos.
Segundo o tio de Vinicius, seu sobrinho relatou que outros três funcionários da Casa Civil também receberam pacotes de R$ 200 mil, sem citar nomes. Segundo a Veja, Vinicius afirmou ao tio que não foi preciso fazer nada para que a propina fosse recebido. O pagamento foi identificado como um "cala-boca".
A publicação também traz acusações contra o marido de Erenice, o engenheiro elétrico José Roberto Camargo. Segundo a reportagem, ele também estaria envolvido com tráfico de influência e teria negociado contratos no valor de R$ 100 milhões. A revista acusa o engenheiro de ter influenciado a Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações - para conceder uma concessão de telefonia celular para a empresa Unicel, da qual era diretor comercial. A concessão foi contestada por setores técnicos da Anatel, e, segundo a revista, membros disseram que Erenice fazia pressão para que os técnicos da Agência mudassem seus votos.
A reportagem também acusa Gabriel Boavista Lainder, assessor da Presidência da República e dirigente do Comitê Gestor dos Programas de Inclusão Digital, de estar envolvido em tráfico de influência. Segundo a revista, Boavista trabalhou por oito anos com os donos da Unicel e teria sido indicado pelo marido de Erenice para a direção do Comitê.
