Especial Eleições 2010
No depoimento que prestou à Polícia Federal, o ex-diretor de operações dos Correios, Coronel Eduardo Arthur Rodrigues da Silva, relatou como a transportadora aérea MTA fechou contratos com a estatal.
Ele é um dos citados nas denúncias de tráfico de influência que provocaram a saída de Erenice Guerra da Casa Civil.
O coronel Eduardo Artur Rodrigues da Silva deixou a Diretoria de Operações dos Correios há 20 dias. Ele saiu após suspeitas de que estaria defendendo os interesses da MTA linhas aéreas na estatal.
O ex-diretor foi consultor da empresa ate três meses antes de assumir o cargo público, em julho deste ano. Ele nega favorecimento, e diz que todos os contratos foram fechados antes da gestão dele.
O Jornal Nacional teve acesso ao depoimento dele à Polícia Federal no dia 23 de setembro: o ex-diretor disse que os correios mudaram os critérios exigidos para o transporte de cargas, de forma extraordinária, beneficiando a MTA.
A mudança permitiu que os aviões da MTA transportassem também mercadorias de terceiros, a chamada carga compartilhada.
Ele também contou à Polícia Federal que a MTA assinou um contrato emergencial para transporte de cargas, mesmo sem atender aos critérios exigidos pela estatal.
O coronel também contou que o argentino naturalizado americano, Alfonso Rey, é um dos investidores da MTA.
No papel, a MTA pertence a um casal de aposentados do Rio de Janeiro. A legislação brasileira diz que a participação estrangeira não pode ultrapassar 20% do capital.
Nesta quinta-feira, a Polícia Federal pediu ao Ministério Público Federal a cópia da investigação interna na Casa Civil, e quer também fazer perícias nos computadores de quatro pessoas. Entre elas, o da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra e de dois ex-funcionários supostamente envolvidos nas denúncias de tráfico de influência.
Os Correios declararam que todos os contratos em vigor com a MTA foram fechados dentro da lei.