O dissidente chinês Liu Xiaobo é o ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2010, comunicou nesta sexta-feira o Instituto Nobel, na Noruega. Liu receberá o prêmio "por seu longo trabalho não violento em favor dos direitos humanos na China", assinalou o Instituto.
"O comitê Nobel deliberou largamente antes de tomar esta decisão que relaciona os direitos humanos e a paz. Nas últimas duas décadas, Liu Xiaobo foi um grande porta-voz em favor da aplicação dos direitos fundamentais na China", acrescentou a instituição, que lembrou a participação do ativista no protesto da Praça da Paz Celestial de 1989, em Pequim, reprimida pelo regime chinês.
"Liu se transformou no símbolo mais claro da ampla luta pelos Direitos Humanos na China", destacou a entidade. O dissidente participou de diversas manifestações públicas de artistas e ativistas em favor dos direitos humanos na China, algo que lhe valeu 11 anos de prisão e outros dois de privação de direitos civis.
Segundo o Instituto, o governo chinês está violando vários acordos internacionais que ratificou e descumpre alguns artigos de sua Constituição ligados aos direitos políticos de seus cidadãos.
"O artigo 35 da Constituição chinesa assegura que os cidadãos da República Popular gozam de liberdade de expressão, imprensa, reunião, associação e manifestação. Essas liberdades se viram claramente cortadas na prática para os cidadãos chineses", ressaltou o comitê do Nobel.
A premiação deste ano faz de Liu o sucessor do presidente americano, Barack Obama, entre os vencedores do Prêmio Nobel. A entrega do Nobel da Paz deste ano ocorrerá no dia 10 de dezembro, em Oslo, coincidindo com o aniversário da morte do fundador dos prêmios, Alfred Nobel (1833-1896).
Os demais prêmios Nobel serão entregues nesse mesmo dia, em Estocolmo. Cada categoria dos prêmios Nobel concederá 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,5 milhão) ao ganhador ou ganhadores, se forem mais de um.
