Especial Eleições 2010
A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, classificou nesta sexta-feira (8) como "especulação" denúncias contra a Petrobras. Reportagem desta sexta do jornal O Globo aponta que o diretor de Gestão Corporativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Ibanês César Cássel, teria a estatal petrolífera como cliente de sua empresa particular de eventos.
De acordo com o jornal, Cássel assinou dois contratos com a Petrobras no total de pouco mais de R$ 500 mil em 2008 por meio da Capacità Eventos. A empresa tem Cássel como sócio e a mulher dele, Eliana Azeredo, como diretora-geral. Um dos contratos foi assinado sem licitação. Em 2005, Cássel assumiu o cargo na EPE.
"Aquela matéria é ridícula. Eu quero saber se em algum momento nós questionamos os empresários que foram ministros do governo por ter empresas. Nós questionamos? Que eu saiba, não. Os dois mais recentes, Roberto Rodrigues (ex-ministro da Agricultura) e Furlan (Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento). Eram empresários, tinham empresas e eram ministros do governo. Vários governos, todos os governos, que eu saiba, tiveram empresários", disse a presidenciável após visitar em Brasília a Casa de Ismael, um lar espírita que cuida de crianças carentes.
"Tem de ter muito cuidado com isso porque isso chama-se especulação contra a maior empresa do Brasil. Tem de dizer quem disse, o que é que foi dito. O Brasil não pode a todo eleitoral conviver com boatos dessa espécie. Não sei o que a Petrobras vai fazer porque eu não respondo mais por ela", completou a candidata, comparando as "especulações" contra a Petrobras com os boatos segundo os quais ela seria favorável ao aborto.
"Como não se pode criar no Brasil um clima de conflito religioso ou de ódio religioso, porque esse País sempre foi um País que conviveu com a diversidade religiosa, de crença e de opinião e é respeitado internacionalmente pela sua tolerância, tem de se ter muito cuidado quando se falar isso sobre empresas. O que não é possível é julgar sistematicamente com coisas sem fundamento", alertou.
"O fato de uma pessoa ter uma empresa e participar de algum órgão do governo não é crime, nunca foi. Acesse o site da empresa e veja que ela presta serviços para muitas empresas, inclusive órgãos de imprensa. Isso não pode ser tratado dessa maneira", observou a ex-ministra da Casa Civil.