A confiança do paulistano apresentou alta de 3,1% em dezembro e chegou a 164,2 pontos, na comparação com novembro (159,3 pontos), segundo o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). Numa escala que varia de 0 – pessimismo total - a 200 pontos – otimismo total – o resultado deste mês do ICC é um novo recorde em sua série histórica. Na comparação com o mesmo período de 2009, o indicador mostrou acréscimo de 5,8%.
O resultado do ICC em dezembro é resultado direto de uma conjunção de fatores, entre eles o fato da renda do cidadão aumentar devido ao 13º salário, atrelado ao quadro de otimismo do consumidor durante o ano de 2010, que teve a disposição melhores condições para concessão de crédito, agregado a um crescimento robusto do emprego e renda.
Segundo previsão da Fecomercio, o primeiro semestre de 2011 ainda vai registrar crescimento mais forte da economia baseado no efeito carry over, com desaquecimento gradual a partir da segunda metade do ano. Esse resultado ocorrerá devido a pressões sobre os preços que devem impulsionar os juros em 2011, além da possibilidade de queda nos preços das commodities. Como resultado disso, a entidade acredita que a confiança do consumidor irá recuar no ano que vem, pois a economia deverá se enfraquecer com a série de ações do Banco Central na tentativa de controlar a inflação e desacelerar o consumo.
Presente e futuro
Na avaliação do presente, o Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA) avançou 1,8% ao passar de 159,5 pontos no mês anterior, para 162,3 pontos em dezembro. Em relação ao gênero, o público masculino apresentou alta de 3,8%, atingindo 165,9 pontos, sendo o quesito que mais influenciou na alta do índice. No caminho contrário, destaca-se a ligeira perda de confiança por parte do público feminino que registrou uma queda de -0,2% ao passar de 159,1 pontos em novembro, para 158,9 em dezembro.
Segundo o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), a satisfação dos consumidores apresentou alta de 3,9%, ao passar de 159,2 pontos em novembro, para 165,4 pontos em dezembro. Após o recuo de confiança no curto prazo, as mulheres parecem acreditar em um cenário mais favorável para inflação no médio e longo prazo. Em dezembro houve alta de 5,4% ao passar de 154,3 para 163 pontos. Ressalta-se ainda, a perda confiança por parte daqueles consumidores com renda superior a 10 salários mínimos, que registrou queda de 1,2% atingindo 163,1 pontos.
NOTA METODOLÓGICA
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela Fecomercio desde 1994. Os dados são coletados junto a cerca de 2.100 consumidores no município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.
Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de 0 (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.
A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 90, a equipe econômica da Fecomercio adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no país, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central