Como encarar e entender o crescimento e a busca pela liberdade de seus filhos

 

Mulher - 06/06/2003 - 12:45:45

 

Como encarar e entender o crescimento e a busca pela liberdade de seus filhos

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Você ainda está curtindo a foto do bebê na carteira, e seu filho quer é correr e abraçar o mundo com as próprias mãos.

Você ainda está curtindo a foto do bebê na carteira, e seu filho quer é correr e abraçar o mundo com as próprias mãos.

O primeiro susto acontece quando ele diz que já pode andar sozinho, pede um celular, uma cópia da chave da porta e, em pouco tempo, traz a namorada para dormir em casa. A conseqüência? Uma infinidade de dúvidas: liberar ou não liberar? Ser autoritário ou usar a autoridade? Dosar a liberdade e o limite é um aprendizado não só para os pais, mas para os filhos também. Educar, em termos gerais, pressupõe colocação de limites. Só que muitos pais, numa tentativa equivocada de serem modernos e com medo de causarem danos emocionais em seus filhos, deixam de impô-los. E sem limites não há educação. A maturidade do filho, segundo a pedagoga Tania Zagury, autora do livro “Limites Sem Trauma”, deve ser o primeiro fator a ser levado em conta. “Os pais precisam ter o olhar realmente voltado para os filhos para perceber o que eles são realmente capazes ou não de fazer. A liberdade deve ser paulatinamente aumentada de acordo com o amadurecimento”, orienta. Tania lembra que, muitas vezes, alguns pais superestimam a capacidade da criança ou ficam cegos, deixando-a sem orientação. “Sugiro aumentar a liberdade e a responsabilidade gradativamente, vendo se o filho cumpre e corresponde a liberdade. Existe uma correlação forte entre liberdade e responsabilidade. Se você, por exemplo, dá a chave e o adolescente chega mais tarde ou perde, você vê que ele não está com capacidade e que é melhor voltar atrás. Você pode dar um tempo e depois tentar dar a chave de volta. Nada é irreversível, você pode ir tentando. É sempre bom ir observando como seu filho usa essa liberdade”, explica a educadora. O fundamental, segundo a psicóloga Karina Brodski, é estabelecer sempre um clima de diálogo, e não de ameaça, entre pais e filhos “É importante que as coisas não sejam feitas sob ameaças”, afirma. Os adolescentes ainda têm um certo resquício da infância, uma sensação de onipotência, de que nada vai acontecer com eles. “É importante conversar e tentar fazer com que compreendam que eles não sabem e não podem tudo. O importante é tentar ensiná-los a pensar e que devem agir por impulso”, orienta. Mas a vida é para ser vivida na prática e uma hora seu filho acaba pedindo para andar sozinho na rua. É lógico que é mais fácil pegar um carro e levá-lo para cima e para baixo. No entanto, não se pode esquecer que ele precisa aprender a andar sozinho, algo tão importante quanto aquele primeiro passinho que ele deu quando tinha cerca de um ano. No primeiro momento, a ambição dele é apenas ir à banca ou à padaria da esquina, que fica na mesma calçada. E você, como precaução, fica vigiando-o da janela. Depois ele arranja uma desculpa para ir a algum lugar do outro lado da rua e você o ensina a atravessá-la olhado para os dois lados. Por último, a distância aumenta e o próximo passo é encarar o ônibus ou o metrô. Segundo a psicóloga Andrea Coelho, é nessa fase que os pais precisam deixar a criança segura através de treinamento e apoio. Apesar de ter sentido um enorme frio na barriga quando João Pedro, aos 11 anos, pediu para ir à casa da avó sozinho, a economista Maria Lúcia Aguiar não pensou duas vezes e pegou o metrô junto com ele. “Mostrei as estações e a direção que ele deveria pegar na ida e na volta. Ele aprendeu direitinho, sabe até ligar a cobrar em caso de emergência”, conta. “A única coisa que me preocupa mesmo é a violência nas ruas de São Paulo”, desabafa a economista. Outra questão difícil de lidar é a do dinheiro. Dá pra deixar a mesada por conta dos filhos ou é melhor administrar cada moedinha que eles ganham dos avós? Antes de mais nada, deve-se pensar nos fatores idade e maturidade. A arquiteta Mônica de Oliveira que o diga. “O Rafael viajou sem a gente para a Disney levando US$ 600 que ganhou do pai e de alguns parentes. Logo no segundo dia, ele ligou para mim e contou que tinha esquecido no banheiro do parque todo o dinheiro. Nesse momento, percebi que o Rafael não era tão responsável assim”, lamenta Mônica. “Acho que não deveria ter deixado tanto dinheiro na mão de um menino de 12 anos”, arrepende-se. A socióloga Marina dos Santos também passou por esse tipo de situação quando sua filha, de oito anos, recebeu R$ 100 de uma tia no aniversário. “Pensei em levar minha filha a uma loja de brinquedos, comprar uma boneca e deixar o resto na poupança”, conta. “No dia em que justamente ia fazer isso, ela me mostrou um bando de bobagens que comprou quando estava a caminho da escola com a empregada. Até chicletes tinha no meio. Devia ter guardado o dinheiro comigo”, diz. Horário para chegar em casa é outro assunto que vem, literalmente, tirando o sono de muitos pais. Hoje em dia, os programas começam cada vez mais tarde e, consequen-temente, a filharada volta para casa mais tarde ainda. A psicóloga Andrea Coelho acha importante estipular horário. “É lógico que isso não significa impedir que o adolescente aproveite a sua juventude. Tudo deve ser feito com limite”, explica.

Você ainda está curtindo a foto do bebê na carteira, e seu filho quer é correr e abraçar o mundo com as próprias mãos.

Você ainda está curtindo a foto do bebê na carteira, e seu filho quer é correr e abraçar o mundo com as próprias mãos.

Você ainda está curtindo a foto do bebê na carteira, e seu filho quer é correr e abraçar o mundo com as próprias mãos.

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