O número de colisões de aeronaves com pássaros vem aumentando no Brasil. Em um período de menos de 10 anos, os registros saltaram de 235 para 341, o que preocupa o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira.
Segundo o capitão Flávio Coimbra, coordenador de uma comissão para tratar do assunto que se reuniu hoje, com representantes do Ibama, Infraero e empresas aéreas, 76% dessas colisões não causam danos às aeronaves ou outros problemas durante os vôos, mas o perigo de um acidente mais grave existe. “Nos Estados Unidos, mais de 300 pessoas já morreram em acidentes aéreos provocados por colisões com pássaros. No Brasil, já tivemos a morte de um piloto e outros casos de perda de visão”, informou Coimbra.
A principal causa desses acidentes no Brasil está relacionada à presença de lixões, perto das pistas de aeroportos em centros urbanos, o que acaba concentrando um grande número de urubus e outros pássaros, na área de pouso e decolagem das aeronaves. Por lei, não pode haver nenhum reservatório de lixo num raio de 20 km próximo aos aeroportos. Para fazer cumprir a lei, a Aeronáutica está buscando o apoio de governos estaduais e municipais e ainda do Ibama e das empresas de aviação.
Além do perigo para a segurança dos passageiros, as colisões representam gastos consideráveis para as empresas aéreas. Entre 1997 e 2002, uma única empresa do setor gastou R$ 2,5 milhões, com reparos de aeronaves devido às colisões com pássaros.
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