Um dos obstáculos, na visão do economista, é o orçamento rígido do país. "Em 2003, por exemplo, 94% da arrecadação federal está comprometida com despesas obrigatórias, o que reduz muito as margens de manobra", explica.
Outro empecilho é a carga tributária excessiva. "Países do porte do Brasil têm carga tributária entre 18% e 20%, enquanto aqui essa taxa é de 35%", diz. Além disso, não há saída para esse problema no curto prazo "porque uma redução brusca traria um aumento explosivo da dívida pública", lembra.
O Brasil também vive uma pressão inflacionária, com uma das taxas de juros "mais altas do mundo" e tem sérias deficiências de infra-estrutura, especialmente na área portuária e de energia, de acordo com Mailson.
A boa notícia, segundo ele, é que a chegada do PT ao poder traz também uma "maioria pró-reformas" no país e que o passado do atual presidente da República "ajuda a vender as propostas", já que Luiz Inácio Lula da Silva tem origem humilde e grande poder de mobilização, a seu ver.
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