Na véspera da definição dos juros básicos da economia, pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o economista e advogado, José Matias Pereira, 51, professor de Finanças Públicas da Universidade de Brasília (UnB) chama a atenção para "outros" juros. Ele quer que governo, empresários e a sociedade cobrem, com maior insistência, dos bancos a redução dos juros na ponta, ou ao consumidor final. Para se ter idéia do problema, enquanto a Selic está em 26,5% ao ano, as taxas do cheque especial estão quase em 180%.
"O governo pode pressionar porque tem o controle da política monetária, os empresários precisam dos juros mais baixos porque dependem da oferta do crédito e a sociedade precisa do emprego, que só pode ficar pleno com a melhoria da atividade econômica", afirma Pereira. Ele acrescenta que os juros na ponta, cobrados no Brasil, não encontram paralelo em nenhum outro lugar do mundo.
José Matias Pereira tem dois livros publicados: "Finanças Públicas" e "Economia Brasileira", pela Editora Atlas.
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