A duração de 74 minutos superestima Por um Fio, que caberia melhor em um seriado de TV ou em um curta-metragem de meia hora. Para rechear o filme, truques foram usados para manter viva a história de um homem preso em uma cabine telefônica por um franco atirador que ameaça matá-lo se ele desligar.
O roteirista Larry Cohen disse ter tido a idéia da trama há 20 anos, o que justifica alguns elementos como o fato de o personagem usar o orelhão ao invés do celular e da cabine existir em uma cidade, neste caso, Nova York, onde os telefones públicos são abertos.
Em um frenesi de ligações telefônicas e hiperatividade, Stu Shepard (Colin Farrell) é um publicitário que vaga pela Times Square, enganando, mentindo e conspirando em inúmeras chama-das para clientes, colegas e jornalistas para conseguir o que quer.
Loquaz, mentalmente ágil e cheio de si, Stu é o próprio cara brigão e por isso é o personagem dramaticamente ideal para ser coagido por um intimidador profissional.
E é exatamente o que acontece após um telefonema de Stu para Pamela (Katie Holmes), mulher que ele pretende conquistar como sua amante.
A chamada é feita da cabine para sua mulher Kelly (Radha Mitchell) não descobrir. Nisso o telefone toca e ele é repreendido por um homem (Kiefer Sutherland) com um tom muito insinuante.
Stu desliga o telefone na cara do homem misterioso e o espectador pode pensar que ele sairá de lá na boa.
Não, ele atende novamente a ligação apenas para saber que está na mira da arma do atirador, que vai matá-lo se ele bater o telefone outra vez. E, para provar-se verdadeiro, o homem atinge uma pessoa que estava tentando tirar Stu da cabine.
Apesar de alguns fortes diálogos, o enredo é familiar. O atirador é um psicopata, os policiais liderados pelo capitão Ramey (Forest Whitaker) pensam que foi Stu que matou o homem na fila da cabine, e portanto, que está armado e é perigoso. A futura amante e a esposa aparecem e Stu, diante de sua própria imortalidade, confessa seus muitos pecados.
Para fazer esta pequena anedota como um momento marcado no tempo, o diretor Joel Schumacher utiliza muitas técnicas, como imagens saturadas dos receptores dos telefonemas.
Por conta da filmagem e da pressão da situação, não se pode chamar Por um Fio de entediante. Mas quando você percebe que um cara coagido em uma cabine telefônica por um cara mal é a única coisa que você vai ter, a animação inicial desaparece.
|