Aliança sim, caridade não!

 

Opinião - 13/06/2003 - 15:21:12

 

Aliança sim, caridade não!

 

Vicente Barone .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Mais uma viagem internacional de sucesso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz bons dividendos para o Brasil.

Mais uma viagem internacional de sucesso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz bons dividendos para o Brasil.

Convidado, com outros líderes de países emergentes, para participar da reunião de cúpula dos mais desenvolvidos do mundo, mais a Rússia, o G-8, ele aproveitou a oportunidade que se lhe oferecia para passar mensagens que nos interessam à platéia mais importante e ilustre do mundo. Nota-se que as reuniões desse grupo vão se tornando menos importantes com o tempo (tanto que convidaram países não ricos), dada sua divisão interna, aguçada por posicionamentos divergentes quanto à invasão do Iraque. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, esteve ali de passagem, correndo logo para o Oriente Médio, preocupado que está, subitamente, com a paz entre palestinos e israelenses. Mas talvez, exatamente por ser um ponto de encontro que resta entre os mais desenvolvidos, essa cúpula ainda tenha sua razão de ser. Em seu discurso em Evian (França), o presidente voltou a falar da questão da fome, embora o seu programa Fome Zero ainda não tenha decolado aqui. Ressaltou o que interessa aos países no mesmo estágio de desenvolvimento: “A pobreza e a miséria que atingem milhões de homens e mulheres no Brasil, na América Latina, na África e na Ásia nos obrigam a construir uma nova aliança contra a exclusão social. Estou convencido de que não haverá desenvolvimento econômico sem sustentabilidade social e de que, sem ambos, teremos um mundo cada vez mais inseguro. É nesse espaço de desagregação social que prosperam os ressentimentos, a criminalidade e, em especial, o narcotráfico e o terrorismo”. Não é a emoção que orienta o relacionamento global. Os países ricos formaram seu clube exclusivo e relutam em admitir novos sócios. Para isso, criaram organismos como o FMI e outros, para manter os países pobres disciplinados à margem da prosperidade dos desenvolvidos; além de um protecionismo que não aceitam nos outros, com intoleráveis barreiras alfandegárias, ou não, ao comércio com países como o Brasil. Os países do G-8, porém, não querem perder seu status. E estão assombrados com a onda de terrorismo que varre o mundo tendo a eles como alvos. Daí consentirem em escutar líderes dos pobres, como Lula, que lhes lembram o óbvio: não terão sossego se não toparem fazer uma nova aliança, que traga desenvolvimento e segurança para todos. Eles também perdem mercado se os pobres não têm poder aquisitivo. Lula lembrou que recessão e índices maiores de pobreza são problemas que também já estão atingindo os países ricos; e disse aos grandes líderes mundiais que os pobres não estão pedindo misericórdia e caridade e, sim, acesso sem discriminações aos mercados dos ricos, para que se possa incorporar os países em desenvolvimento à economia global. Lula também recordou o caminho para os EUA saírem da recessão dos anos 30, para a reconstrução da Europa no pós-guerra: o New Deal de Franklin Roosevelt, o Plano Marshall, o objetivo de uma sociedade de bem-estar, que incorporaram milhões de pessoas à produção, ao consumo, à cidadania, e criaram uma prolongada era de prosperidade para a Europa ocidental e os EUA. Não há outro caminho. O Brasil e outros países em desenvolvimento cumpriram, desde o começo dos anos 90, o figurino ortodoxo do FMI, sem que alcançassem a prometida estabilidade econômica. Cresceram a fome, a miséria, desmantelaram-se plataformas de desenvolvimento, e esses países só alcançaram ridículo espaço no comércio mundial. A democracia sofreu, e ainda sofre, ameaças em países como a Argentina, Venezuela, Peru, Bolívia.

Mais uma viagem internacional de sucesso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz bons dividendos para o Brasil.

Mais uma viagem internacional de sucesso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz bons dividendos para o Brasil.

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