Cosanostra tupiniquim

 

Opinião - 26/06/2003 - 15:34:21

 

Cosanostra tupiniquim

 

Vicente Barone .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A autoridade está perdendo de goleada a guerra para o crime. E não se pode esperar por reformas institucionais para mudar o jogo

A autoridade está perdendo de goleada a guerra para o crime. E não se pode esperar por reformas institucionais para mudar o jogo

Após a execução do juiz Alexandre Martins de Castro, no Espírito Santo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou guerra ao crime organizado, “indústria que fabrica dinheiro em seu braço empresarial, político, judicial e internacional”. No dia seguinte, o ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, disse aos deputados que o problema é “institucional”: “Mais importante do que mudar a lei, aumentar as penas e endurecer o regime penitenciário, é preciso modificar os instrumentos de que o Estado dispõe para enfrentar o crime organizado: polícias, Poder Judiciário e sistema prisional”. O problema é mesmo institucional e demanda uma reforma urgente do Estado: têm sido dadas provas diárias de que parte da estrutura montada para combatê-lo foi corrompida e trabalha a favor dos bandidos em vez de reprimir sua ação criminosa. Mas esperar por reformas nas instituições não é o melhor meio de modificar a trágica realidade, exibida mais uma vez com as mortes de dois juízes da área das execuções penais em dez dias: a autoridade está perdendo de goleada a guerra para o crime. Se o Estado brasileiro isolar e neutralizar de fato os criminosos que consegue localizar e prender, já terá dado um grande passo, pois este é um país onde o traficante Fernandinho Beira-Mar comanda seus negócios de um presídio e centraliza o noticiário nacional (na sexta-feira, 20, o Jornal da Globo deu a ele destaque quase igual à guerra do Iraque). Para fazer isso, o governo tem, sim, de construir presídios de segurança máxima, restringir o vaivém de advogados pombos-correio e endurecer leis como a de execuções penais, que proíbe o isolamento de um bandido, por mais violento que seja, por mais de 30 dias. Nem mesmo com guarda-costas treinados pelo Exército podemos dizer que se está seguro. Na semana passada o filho do presidente Lula só não foi alvo de marginais em Santo André poque se encontrava dentro da casa da namorada, mas a fatalidade atingiu os homens que deveriam protegê-lo e um deles sucumbiu ao crime. A Cosa Nostra tupiniquim invadiu as metrópoles e hoje ocupa os principais eixos populacionais do país. Enquanto o Estado se ocupar em querer sorver cada vez mais recursos, como foi apresentado pela pesquisa do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) onde chega-se ao absurdo de comprometer-se 55% do que se ganha com pagamento de taxas e impostos (isto representa algo em torno de 41% do PIB), não se obterá grande resultados sociais uma vez que aquilo que é sorvido pelo Estado não retorna em serviços de qualidade para a população que ainda é obrigada a obter educação, saúde e SEGURANÇA de empresas privadas. (“Ponto de Vista” - revista Veja - Stephen Kanitz - administrador por Havard - ed. 1808 de 25/06/2003) O que não é aceitável é ficar de braços cruzados, esperando o fim desse processo, que será longo por sua própria natureza. Precisa é agir, e logo, fazendo, o que tem de ser feito para reduzir o número de baixas inocentes desta guerra civil em que o crime organizado impede o Estado de Direito de cumprir a obrigação de manter a ordem pública e segurança física dos cidadãos.

A autoridade está perdendo de goleada a guerra para o crime. E não se pode esperar por reformas institucionais para mudar o jogo

A autoridade está perdendo de goleada a guerra para o crime. E não se pode esperar por reformas institucionais para mudar o jogo

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