Em um relacionamento à dois, a fidelidade pode ser uma realidade ou é utopia?

 

Mulher - 01/07/2003 - 16:33:21

 

Em um relacionamento à dois, a fidelidade pode ser uma realidade ou é utopia?

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Manter uma relação de respeito e não ceder às tentações da carne é tarefa complicada, mas não impossível.

Manter uma relação de respeito e não ceder às tentações da carne é tarefa complicada, mas não impossível.

Utopia é pensar que fidelidade é apenas não trair sexualmente seu parceiro. O buraco é mais embaixo. Manter um relacionamento, nos dias de hoje, em que as pessoas estão cada vez mais voltadas para si e esquecem o verdadeiro significado da palavra casal, não é para qualquer um. Mas não se desespere! Sinceridade, amizade, carinho, diálogo e atenção são algumas formas de manter a chama acesa. Imortal não será, mas que seja, pelo menos, infinito enquanto dure. Antes de tomar partido ou ficar indignada com o questionamento de um assunto tão pessoal – e polêmico – é melhor ficar sabendo o que significa fidelidade. “Do pai dos burros, fiel é igual a verdadeiro, que não engana o cônjuge, que cumpre o que prometeu. Logo, não só é possível, como também desejável e, acredito, indispensável”, ensina o engenheiro Victor Martin. Para uma relação progredir, o casal deve agir com verdade, conversar sobre desejos, sonhos, futilidades e sexo. “A infidelidade é justamente o ocultar, seja no campo que for e não só no sexual. Deve-se deixar a verdade sempre à mostra, porque ela é suprema, eterna e real, enquanto a traição é irreal e o que é irreal não existe, certo? Logo, uma relação com base no irreal também não existe”, conclui Victor, que considera um relacionamento fiel mais gostoso, lucrativo e feliz, porque possibilita escolha e conversa. Possibilidade que, com a mentira, deixa de existir. Pimenta nos olhos dos outros é refresco e, para ser infiel, é preciso saber arcar com as conseqüências que esse ato poderá trazer. “Cada um faz o que quer, mas ninguém quer ser traído. Quando você confia em alguém que escolheu para ficar ao seu lado, quer exclusividade sexual” confidencia a jornalista Cristina Santos, que garante ser fiel quando está envolvida numa relação que a completa. “As pessoas traem quando não estão sendo correspondidas à altura. Eu e meu marido somos muito abertos, confiamos um no outro e quase lemos nossos pensamentos. Uma traição seria injustificável. A fidelidade é uma conseqüência de uma união sadia e verdadeira”, completa. Como dizia Vinícius de Morais no ‘Soneto de Fidelidade’, “De tudo ao meu amor serei atento / Antes, e com tal zelo, e sempre...”, frase tão completa que traduz exatamente o que é fidelidade em sua grandeza. Pois engana-se quem pensa que ser fiel é apenas não trair. “Existe uma utopia, um ideal dos casais em relação a esse assunto, que só entendem o lado sexual. Mas fidelidade é muito além disso, ela está na sinceridade do contato, do compromisso diante da vida, na preocupação diária com o parceiro”, explica a terapeuta de casais Eliane Cotrim. Quando optamos por uma relação séria e duradoura, a amizade deve estar sempre presente. “Se quero zoar, não vou namorar. Quando namoro, estou disposto a construir uma relação, não quero sair com outra pessoa, mas evoluir com a minha”, comenta o empresário Mauro Rodri-gues. Para ele, o problema está na construção dos relacionamentos, onde não se fala tudo, não se é verdadeiro no sentido mais amplo da palavra. “As pessoas se acomodam com as coisas práticas da vida, a casa, as contas, a rotina... quebrar isso tudo dá trabalho e é mais fácil trair. Acho que a honestidade é essencial e está acima da fidelidade, que é uma conseqüência”, constata. A velha máxima “não adianta chorar sobre o leite derramado” se aplica perfeitamente quando o assunto é sinceridade. “A infidelidade traz marcas grandes para o casal, dese-quilibra a relação, pois fere a regra da cumplicidade, quebra o ideal e deixa cicatrizes difíceis de refazer. Essa situação, quando não tratada, pode acabar com o casamento”, alerta Eliane Cotrim. Foi o que aconteceu com o médico Roberto Gusmão, que no final do seu primeiro casamento ainda não tinha a clareza da neces-sidade de ser honesto e traiu. Ficou tão incomodado que acabou contando e, consequentemente, perdendo uma supermulher. “Se tivesse contado antes de fazer, a gente teria ajustado os ponteiros do que estava ruim na relação e me motivou a trair”, comenta. A dor ensinou direitinho a lição. “Eu contei para minha segunda mulher que queria transar com outra. Ela ficou superchateada, mas passou. Depois disso, a confiança dela aumentou, pois sempre falei dos meus senti-mentos. Mas nunca vi ninguém fazendo isso. O diálogo é importantíssimo, pois se sou amigo da pessoa tenho que falar com ela e não trair a confiança”, garante.   Com a palavra, mais uma vez, o poetinha: “Para viver um grande amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade... Pois quem trai seu amor por vaidade é desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor”. Precisa mais alguma coisa?

Manter uma relação de respeito e não ceder às tentações da carne é tarefa complicada, mas não impossível.

Manter uma relação de respeito e não ceder às tentações da carne é tarefa complicada, mas não impossível.

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