Por trás dos músculos verdes e poderosos do Hulk, este super-herói das histórias em quadrinhos, quer dar ao espectador uma visão mais mítica que heróica, mais próxima de A Bela e a Fera. |
Uma das principais razões para esta mudança de foco começa pela filmografia do diretor Ang Lee - que não poderia estar mais afastada de Hulk, com títulos como Banquete de Casamento, Razão e Sensibilidade e O Tigre e o Dragão.
Esta é a primeira versão cinemato-gráfica de um dos monstros mais conhecidos das histórias em quadrinhos, criado em 1962 por Stan Lee e Jack Kirby e popularizado posteriormente na série de televisão protagonizada por Bill Bixby em sua versão humana e por Lou Ferrigno como o homem verde.
O ator australiano Eric Bana, pratica-mente desconhecido antes do filme, encarna agora o doutor David Ban-ner, enquanto os efeitos especiais da ILM se encarregaram da criação do monstro. O orçamento total da produção superou os 185 milhões de dólares. Nem Lee nem a maioria dos participantes desta produção tinham lido os quadrinhos de Hulk e para o filme tiveram que se informar sobre a saga do personagem.
Entre os participantes da produção do filme, apenas o produtor e rotei-rista James Schamus era cegamente apaixonado pelos qua-drinhos desde sua infância. Ele colaborou em toda a filmografia de Lee e convenceu o diretor a ver de um modo mais filosófico a história deste cientista transformado geneticamente em um monstro verde.
“A partir desse momento, deposita-mos uma fé cega em Lee, porque ele sempre faz bons filmes”, disse o espanhol Miguel Angel Fuertes, que faz parte da equipe da ILM. Enquanto o elenco de carne e osso inclui Eric Bana, Jennifer Connelly e Nick Nolte, a equipe da ILM começou sua criação do monstro com a única preocupação de “fazê-lo atuar como um ser huma-no”. “Sua maior preocupação era que o que se visse na tela fosse real. Lee sempre dizia que não queria enganar a audiência.
Por isso quis mostrar a transformação de humano para monstro passo a passo”, explicou Fuertes. As partes íntimas do Hulk se mantiveram sempre cobertas, como na história em quadrinhos, com cuecas de uma elasticidade irreal, ainda que o resto de sua roupa fique rasgada por causa da mutação.
Fuertes ressalta que se houvesse apenas o desejo de manter a fidelidade à anatomia e à física da transformação, “a masculinidade teria sido muito evidente” e distrairia a atenção do espectador em uma história aberta a todo o público.
Lee teve mais interesse em ressaltar outros momentos do filme, inspirados em produções como Casablanca, King Kong e, certamente, A Bela e a Fera.
“Seu desejo não foi mostrar um novo superherói, mas sobretudo mostrar o Hulk em potencial que está dentro de todos nós”, resumiu Fuertes.
Mas não é exatamente este o desejo da Universal, que quer fazer de Hulk uma nova empresa milionária, esperando dela os milhões que histórias em quadrinhos como X Men e Spiderman deram a outros estúdios, ao serem adaptados para as telas.
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Por trás dos músculos verdes e poderosos do Hulk, este super-herói das histórias em quadrinhos, quer dar ao espectador uma visão mais mítica que heróica, mais próxima de A Bela e a Fera. |
Por trás dos músculos verdes e poderosos do Hulk, este super-herói das histórias em quadrinhos, quer dar ao espectador uma visão mais mítica que heróica, mais próxima de A Bela e a Fera. |