Em breve a esquerda da esquerda!

 

Nacional - 01/07/2003 - 16:45:32

 

Em breve a esquerda da esquerda!

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

PSTU e sindicatos de servidores públicos pregam união com radicais petistas para formar novo partido

PSTU e sindicatos de servidores públicos pregam união com radicais petistas para formar novo partido

Reuniões para discutir a formação de um novo partido não são privilégio de grupos do PFL, PSDB e PMDB interessados na aproximação com o governo Luiz Inácio Lula da Silva. À esquerda de Lula, há quem cogite a mesma idéia, com um objetivo oposto ao da turma tucana: ocupar um espaço que o PT pode deixar vazio, se mantiver inalterado o curso das reformas sem respostas rápidas na área social. Esse novo partido vem sendo formatado com a participação de setores mais radicais do próprio PT, pelo PSTU e outras agremiações de esquerda, além de segmentos da igreja e do Movimento dos Sem Terra (MST), um braço do petismo que começa dar trabalho ao presidente Lula. A idéia de formar uma nova legenda à esquerda do governo surgiu depois da apresentação da reforma da Previdência, durante encontros informais de integrantes do movimento Consulta Popular, criado em 1997, de caráter supra-partidário. E passou a ser discutida mais seriamente depois da marcha do funcionalismo contra a reforma da previdência — tida como um sinal de que o PT começa a perder terreno nas associações e sindicatos onde sempre foi maioria. O presidente do PSTU, José Maria de Almeida, já não esconde a intenção de unir as forças à esquerda de Lula numa nova legenda. “Há um processo de ruptura em curso. Hoje, ninguém tem condição de ocupar o espaço, porque os demais partidos de esquerda são menores e mais desorganizados. A alternativa mais apropriada é uma nova legenda com o PSTU, setores do PT e outros partidos”, explica José Maria. O próprio PSTU nasceu em 1994, de uma dissidência do PT, formada pela Convergência Socialista. Agora, o racha promete ser engrossado por setores das tendências do PT mais à esquerda, como a Trabalho e a Democracia Socialista. “Fomos convidados a participar dessas reuniões, em Brasília e São Paulo, mas estamos numa disputa interna dentro do PT. Enquanto estivermos nessa luta, não vamos tratar disso”, afirmou o deputado João Batista Babá (PT-PA). O MST não tem a mesma desenvoltura para falar da nova legenda. Até porque setores do Movimento, meio desencantados com o PT, desejam ficar longe de compromissos partidários. “O MST não está participando desse debate. Mas a nossa base está liberada para ter militância política”, diz João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST. Servidores Os congressistas ameaçados de expulsão e setores do MST formam apenas a ponta exposta da fratura no PT. Uma lupa sobre as associações de servidores indica que o racha é maior. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Unafisco Sindical), por exemplo, elegeu na última semana sua nova diretoria. A chapa 1, encabeçada pelo atual presidente, Paulo Gil Introíni, contava com a torcida da tendência petista Articulação — de onde vem o ministro-chefe do Gabinete Civil, José Dirceu. Perdeu por 86 votos para Maria Lúcia Fattorelli, que, na campanha, explorou a proximidade de Gil com o governo. Nos demais sindicatos de servidores públicos, o PT domina. Mas muitos acreditam que esse tempo está com os dias contados. “Não há dúvida de que o PT mais ligado ao governo perderá espaço nos sindicatos. A Unafisco é apenas um aviso”, comenta Ezequiel Nascimento, presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo e Tribunal de Contas da União (Sindilegis). Isso porque em muitos desses sindicatos e federações, a maioria da cúpula é ligada às alas da esquerda petista. O presidente do PT, José Genoino, diz que perda de espaço e confronto com o servidores públicos será inevitável. “Vamos perder, mas não muito. O governo trabalha para uma maioria de brasileiros e não para pessoas que têm média salarial alta. Nossa prioridade são os 40 milhões de excluídos”, comenta Genoino.  “E vamos falar seriamente: a ultra-esquerda nunca foi opção de poder depois da esquerda. Em São Paulo, Luíza Erundina sai da prefeitura e vem Paulo Maluf (PPB). Na França, sai Lionel Jospin e entra Jacques Chirac. Na Itália, na Espanha foi a mesma coisa: sai a esquerda e vem a direita. Por isso, é um equívoco enfraquecer o governo”, diz Genoino.

PSTU e sindicatos de servidores públicos pregam união com radicais petistas para formar novo partido

PSTU e sindicatos de servidores públicos pregam união com radicais petistas para formar novo partido

PSTU e sindicatos de servidores públicos pregam união com radicais petistas para formar novo partido

PSTU e sindicatos de servidores públicos pregam união com radicais petistas para formar novo partido

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo