O Secretário de Estado de Saúde, Davi Uip, será ouvido pela Comissão Especial de Inquérito (CEI), que apura as irregularidades no AME, onde foram encontrados equipamentos de raio-x e mamografia, encaixotados há mais de 6 anos. Além do secretário, serão convidados o superintendente do AME na época, Murilo William Dib, filho do deputado federal William Dib, PSDB, e o presidente da Fundação ABC, Marco Antonio Santos Silva. A reunião irá ocorrer na Câmara Municipal e está marcada para o dia 21 de maio.
Na manhã da última segunda-feira (28), membros da CEI estiveram reunidos com representantes da Fundação ABC, que gerencia a unidade de saúde, e do departamento jurídico do AME, no Gabinete da Promotoria de Justiça da Comarca de Praia Grande, Ana Maria
Além da presidente, Janaina Ballaris (PT) e do relator Antonio Eduardo Serrano, o Doutor Serrano (Pros), o vereador Carlos Eduardo Gonçalves Karan (PDT), também marcou presença na reunião. A CEI, formada por cinco vereadores, ainda conta com os membros, Sergio Luiz Schiano de Souza, o Serginho Sim (PSB) e Benedito Ronaldo César, o Doutor Benedito (PMDB).
Durante o encontro, realizado a pedido da Fundação ABC, com a finalidade de discutir o problema constatado pela parlamentar, que soube da existência dos equipamentos por meio de denúncia, foi esclarecido que a gestora já abriu uma sindicância para apurar o caso e o trabalho deve ser concluído em um mês.
Também foi dito que o AME tem uma meta mensal de 850 exames radiológicos, que compreendem tanto raio-x, quanto mamografia, e que este cronograma está sendo cumprido. Os objetivos são calculados todos os anos e a demanda é gerenciada pela DRS-IV, atendendo além de Praia Grande, as cidades de Pedro de Toledo, Itariri, Peruíbe, Itanhém, Mongaguá e São Vicente.
Para Doutor Serrano, o encontro foi produtivo. O parlamentar fez apontamentos durante a reunião. “Segundo o INCA, 12 mil mulheres morrem por ano por causa do câncer de mama no Brasil e a mamografia é o exame mais indicado para diagnosticar esta doença. As pessoas estão há anos na fila para fazerem este exame e o equipamento está parado. Precisamos saber o porquê”, destacou.
Karan, que também participou do encontro, avaliou alguns pontos da reunião. “Ainda há muitas situações que precisam ser averiguadas, como a terceirização dos equipamentos, o gasto de dinheiro público e início do funcionamento deste mamógrafo. Espero que a sindicância já possa trazer algumas respostas para estes e outros importantes questionamentos”, disse.
De acordo com Janaina, a reunião teve resultado positivo, já que ficou acertado o envio de uma unidade móvel do programa “Mulheres de Peito”, do Governo do Estado, para atender o déficit de exames no Município, avaliado em 3 mil mulheres. “Estou muito feliz por este primeiro resultado. As pessoas veem o Ministério Público como inimigo, mas é um defensor da sociedade. A promessa é de que esta demanda será zerada, o que comprova que estamos buscando uma solução e não fazendo mero denuncismo”, finalizou.
Fundação ABC
A reportagem do @HORA enviou questionamentos sobre as ocorrências à Fundação ABC conforme apresentada abaixo:
- O Dr. Murilo William Dib foi afastado da AME de Praia Grande? Se positivo, quando ocorreu?
- Caso tenha sido afastado, quem está à frente da AME Praia Grande?
- Por que todos os textos com o nome de Murilo Dib foram retirados do site da FUABC?
- Com relação ao contrato das ambulâncias e que teve decisão publicada do TCE no DOESP de 25/04/2014, qual a posição e ações que serão tomadas pela FUABC?
Ontem, durante entrevista com a vereadora Janaina, PT, recebemos e-mail da Fundação ABC com a seguinte resposta:
Santo André, 29 de abril de 2014
A Presidência da Fundação do ABC decidiu não responder às questões devido ao Grupo @Hora ter sido antiético na matéria do dia 28 de abril de 2014.
Att.,
Departamento de Comunicação
Fundação do ABC.
Conforme informações não oficiais, a resposta nada democrática e sem compromisso com a verdade foi dada pelo presidente da Fundação, Marco Antonio Santos Silva, após matéria publicada pelo @HORA em 28/04/2014. Para a FUABC o fato de, na matéria, haver a afirmação de que, em busca de mais informações sobre o superintendente, Dr. Dib, junto ao site da Fundação ABC, notou-se que as matérias que levavam seu nome foram deletadas da base de dados e de que, a reportagem, em busca no Google pode pesquisar essas páginas que foram apagadas, mas que permanecem em "cache", o que poderia demonstrar uma preocupação com a imagem da instituição. As informações não confirmadas, estariam ligadas a uma contratação de empresa terceirizada, a Agência PIC, que teria criado o novo site da FUABC, porém não teria carregado toda a base de dados ainda.
É de conhecimento de toda empresa que trabalha no ramo que um site, com nova apresentação, deve ser exaustivamente testado e ter toda a base de dados migrada antes de ser liberado para visitação, porém, no caso da FUABC, parece que não foi o ocorrido.
Em contato com a empresa responsável pela criação do novo site, o gerente de projetos Rafael Proença disse que foi uma exigência da FUABC que o site fosse para o ar o mais breve possível, mesmo não havendo a total migração da base de dados (Wordpress - MySQL) e que esta deveria ser feita gradualmente e, de acordo com ele, manualmente e que foi requisitado ontem que as matérias (links) no Google pudessem ser encontradas e acessadas por internautas, o que pudemos comprovar via testes realizados hoje, dia 30. Na testeira encontra-se, inclusive, a seguinte informação: ATENÇÃO: Você está acessando a versão Antiga do site da Fundação do ABC.
Questionado se é comum a liberação de sites antes de serem testados e de haver a migração de toda a base de dados, o gerente de projetos Rafael informou, como outros profissionais da área, que não. "Normalmente se faz toda a criação, migração da base de dados, mas o cliente (FUABC) exigiu que fosse alimentado aos poucos", disse Rafael.
O editor chefe do @HORA, Vicente Barone, disse que o jornal jamais faltaria com a ética, pois o compromisso editorial é com a VERDADE. A matéria publicada não possui nenhuma inverdade e, as dúvidas que ficaram pendentes, pois não havia nenhum profissional na FUABC para respondê-las no horário em que foi consultada, foi encaminhada posteriormente, dando a oportunidade de, eventuamente, complementar ou corrigir alguma informação. "Antiético é manter milhares de pessoas na fila aguardando um exame de mamografia e colocando em risco a vida de pessoas que dependem da saúde pública", disse Barone.
